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Nagorno-Karabakh. Arménia critica fracasso de forças de paz russas

O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashynian, criticou hoje o fracasso das forças de paz russas na região de Nagorno-Karabakh e pediu à comunidade internacional para não fechar os olhos à situação.

Nagorno-Karabakh. Arménia critica fracasso de forças de paz russas
Notícias ao Minuto

21:00 - 21/09/23 por Lusa

Mundo Nagorno-Karabakh

Numa mensagem televisionada, Pashinián garantiu que a Arménia "não transfere a responsabilidade por nenhum dos seus fracassos a ninguém", mas lembrou que os acordos trilaterais alcançados em novembro de 2020 implicavam que o corredor de Lachin estava "sob o controlo das forças de manutenção da paz russas", que deveria supervisionar a segurança da população civil.

"Há mais de um ano e meio que levantamos sistematicamente esta questão, afirmando que os processos não seguiam o rumo correto. Temos a nossa quota-parte de responsabilidade, mas não creio que devamos todos fechar os olhos ao fracasso do contingente russo que mantém a paz em Nagorno-Karabakh", disse o chefe de Governo arménio.

Pashynian falou sobre o mais recente surto de violência na região, acusando as forças de manutenção de paz de ineficácia.

"Se as forças de manutenção da paz puderam concordar com um cessar-fogo, por que não o fizeram antes do ataque, para que um ataque a Nagorno-Karabakh não tivesse ocorrido? Afinal, todos nós temos alertado para isso. Dissemos que Nagorno-Karabakh foi bloqueada por equipamento militar azeri. Porque é que esta mediação não ocorreu?", perguntou o primeiro-ministro.

Pashynian sublinhou que o país está disponível para receber pessoas da região que foram deslocadas, mas esclareceu que não colaborará com "uma política de despovoamento de Nagorno-Karabakh".

O chefe de Governo também acusou as forças do Azerbaijão de continuarem uma "limpeza étnica" na região, ao mesmo tempo que negou as acusações de que a Arménia se recusa a acolher refugiados.

"O corredor de Lachin está bloqueado há 10 meses. Mas durante todo este período, e agora, as estradas na Arménia que levam ao corredor de Lachin não foram fechadas, nem por um minuto", garantiu Pashynian.

O primeiro-ministro arménio assegurou ainda que as forças de segurança "irão reagir de forma dura e rápida" em caso de manifestações e motins no país por ocasião do Dia da Independência da Arménia, que se comemora hoje.

Por isso, Pashynian apelou à população para "manter a calma e não ultrapassar os limites da lei".

Desde terça-feira que a Arménia tem sido palco de manifestações convocadas pela oposição para exigir a demissão de Pashynian.

A oposição arménia anunciou a criação de um comité nacional para retirar Pashynian e o seu Governo do poder e informou que, para esse efeito, os deputados da oposição também estão a preparar um processo de destituição.

O último balanço dos separatistas arménios indica que a ofensiva azeri iniciada na terça-feira e concluída cerca de 24 horas depois provocou pelo menos 200 mortos e 400 feridos.

O acordo de cessar-fogo, confirmado pelo Azerbaijão, entrou em vigor na quarta-feira e foi proposto pela força de manutenção da paz que a Rússia mantém em Nagorno-Karabakh desde 2020.

O mais recente sucesso militar de Baku, obtido em apenas 24 horas, está a suscitar receios de uma partida em massa dos 120.000 habitantes do Nagorno-Karabakh, mas até ao momento a Arménia indicou não estar em curso qualquer plano para a retirada das populações.

Mais de 10.000 pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, já foram retirados do enclave, segundo um responsável separatista. Cerca de metade foram acolhidos por soldados da força de paz russos, enviados para a região no final da última guerra, no outono de 2020.

Leia Também: Nagorno-Karabakh. Azerbaijão confirma 6 soldados russos mortos

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