A Ryanair e o aeroporto francês de Bordéus estão a culpar-se mutuamente depois de um avião com destino à Escócia ter sido forçado a voltar atrás na pista depois de ter sido descoberto que uma passageira numa cadeira de rodas tinha sido deixada para trás.
De acordo com a companhia aérea, que classificou o incidente de "inaceitável", o aeroporto não ofereceu à passageira "a assistência especial necessária" e que a tripulação foi "mal informada" de que todos os passageiros tinham embarcado, noticia a Sky News, esta sexta-feira.
Em resposta, o aeroporto disse que a passageira e o seu acompanhante estavam presentes na sala de embarque sob a responsabilidade da companhia aérea, "que decidiu partir sem ter em conta os próprios clientes".
O voo FR 6700 deveria partir de Bordéus, em França, para Edimburgo, na Escócia, às 22h (hora local) de terça-feira. O avião tinha começado a circular na pista para preparar a descolagem quando o erro foi descoberto. Nessa altura, o piloto deu meia volta e voltou atrás para ir buscar a passageira esquecida e o seu acompanhante.
A Ryanair afirmou que está a trabalhar com o aeroporto para garantir que "isso não se repita". "É inaceitável que o Aeroporto de Bordéus não tenha oferecido a esta passageira a assistência especial necessária para embarcar neste voo de Bordéus para Edimburgo, apesar da Ryanair pagar por este serviço, referiu a companhia aérea em comunicado.
"Eles não apenas não embarcaram esta passageira, como informaram erradamente à tripulação deste voo que todos os passageiros tinham embarcado, quando na verdade esta passageira não o tinha feito", acrescentou ainda.
Segundo a Ryanair "é péssimo que os clientes que necessitam de assistência especial estejam a ser dececionados pelo aeroporto de Bordéus". "Estamos a trabalhar com eles para garantir que isso não se repita", salientou.
O aeroporto de Bordéus classificou a declaração da Ryanair de "falsa e difamatória". Segundo a entidade, a passageira solicitou assistência em cadeira de rodas à companhia aérea no momento da compra da passagem e na chegada foi designado um agente de uma empresa mandatada pelo aeroporto para facilitar os movimentos até ao embarque.
"É de salientar que durante todo este tempo, a passageira permaneceu sob a responsabilidade da companhia aérea que organizou o seu transporte. No início do embarque para o voo para Edimburgo, todos os passageiros foram encaminhados para o avião pelo prestador de serviços da Ryanair. A passageira em cadeira de rodas e o seu acompanhante estavam presentes na sala de embarque neste momento, visíveis para o pessoal da Ryanair e sob a sua responsabilidade", frisaram, também em comunicado.
De acordo com o aeroporto, "quando o assistente de apoio se encarregou da passageira e do seu acompanhante para os acompanhar até ao avião, perceberam que as equipas da Ryanair tinham fechado as portas e o avião estava em movimento".
A empresa reconheceu, no entanto que "o agente encarregado de acompanhar a passageira desde o portão de embarque até à aeronave deveria ter chegado ao portão mais cedo", afirmando que serão tomadas "todas as medidas necessárias para limitar o tempo de espera do cliente".
"É altamente lamentável que a companhia aérea tenha tomado a liberdade de descrever uma situação sem falar connosco previamente, atribuindo a culpa por uma falha sua ao aeroporto", terminou a nota.
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