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Nord Stream. Rússia acusa Dinamarca, Suécia e Alemanha de protegerem EUA

A Rússia acusou hoje a Alemanha, Dinamarca e Suécia de tentarem proteger os Estados Unidos (EUA) pela sua alegada participação na sabotagem dos gasodutos Nord Stream, através da qual Washington tentou "manter a sua influência na Europa".

Nord Stream. Rússia acusa Dinamarca, Suécia e Alemanha de protegerem EUA
Notícias ao Minuto

22:25 - 26/09/23 por Lusa

Mundo Nord Stream

Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) convocada por Moscovo para assinalar o aniversário de um ano do ataque aos gasodutos, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, afirmou que os Estados Unidos concordaram em minar Nord Stream para manter a sua influência na Europa, que, por sua vez, precisa de recursos energéticos russos.

"Surgem cada vez mais evidências na comunidade de especialistas que mostram que a explosão dos Nord Stream é obra de Washington, que cometeu este crime ultrajante guiado por um desejo tacanho e egoísta de consolidar o seu domínio na Europa, que necessita urgentemente dos recursos energéticos russos", advogou Nebenzya.

"Há sinais crescentes de que, em vez de esforços para esclarecer as circunstâncias do que aconteceu, estamos na verdade a assistir a uma tentativa de ocultar todas essas circunstâncias. (...) Este é o objetivo da Alemanha, Dinamarca e Suécia: encobrir o envolvimento do seu irmão mais velho no exterior. Os investigadores estão com as mãos amarradas e os olhos vendados", acrescentou o diplomata russo.

Na reunião de hoje, a Rússia voltou a criticar a falta de resultados nas investigações nacionais levadas a cabo pela Dinamarca, Alemanha e Suécia sobre a sabotagem ocorrida em setembro de 2022 nos dois gasodutos Nord Stream, no mar Báltico.

Nebenzya frisou ainda que o seu país insistirá em levar à justiça os responsáveis pela sabotagem.

"Estamos a falar de um ataque terrorista que afetou a infraestrutura internacional de gasodutos e acarretou graves consequências económicas e ambientais para vários Estados", enfatizou Nebenzya.

A Rússia apresentará em breve um projeto de declaração do presidente do Conselho de Segurança da ONU sobre os atentados do Nord Stream, prometeu ainda o embaixador russo, acrescentando que esse texto será apresentado nos "próximos dias".

Os restantes membros do Conselho de Segurança voltaram a manifestar preocupação pela sabotagem dos gasodutos e a maioria saiu em defesa das investigações que estão a ser levadas a cabo pela Dinamarca, Suécia e Alemanha.

"Compreendemos que estas investigações levarão tempo e temos plena confiança na sua imparcialidade e integridade. Não acreditamos que seja uma boa utilização do nosso tempo que o Conselho de Segurança comece a pré-julgar o resultado destas investigações, a ditar a forma como são conduzidas, ou a prejudicá-las de outra forma", disse o coordenador político do Reino Unido, Fergus Eckersley.

O diplomata britânico não deixou de notar a ironia do facto de a Rússia convocar esta reunião com base na sua preocupação com a destruição de infraestruturas civis, quando "quase todos os dias ataca deliberadamente infraestruturas civis na Ucrânia".

"Assistimos ao bombardeamento sistemático das infraestruturas energéticas e portuárias da Ucrânia, assistimos a mais de 480 ataques russos a escolas e hospitais e a 120 ataques a locais religiosos. E, além das infraestruturas, o que acontece com as vidas dos próprios civis? Pelo menos 9.614 foram mortos e mais 17.500 feridos na guerra de agressão da Rússia na Ucrânia", observou.

Já o diplomata norte-americano ressaltou que a Rússia afirma repetidamente que procura uma investigação imparcial, apesar de tentar "prematuramente colocar a culpa em certos países".

Os ataques aos gasodutos Nord Stream, que não estavam em funcionamento na altura do incidente, ocorreram em 26 de setembro de 2022 e provocaram duas fugas em cada um deles: duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais.

Em março passado, o Conselho de Segurança rejeitou uma proposta russa de iniciar uma investigação internacional às explosões, com a maioria dos membros a defender a continuidade das investigações conduzidas pela Alemanha, Dinamarca e Suécia.

Embora a Rússia tenha insistido que se tratou de uma sabotagem de países "anglo-saxónicos", a comunidade internacional cerrou fileiras sobre o assunto e acusou o Kremlin (Presidência russa) de ter realizado um ataque de "falsa bandeira" (encenar um ataque e atribuir culpas a terceiros).

[Notícia atualizada às 23h18]

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