Segundo a polícia israelita, três homens e duas mulheres foram baleados e mortos numa casa da cidade de Basmat Tab'un, habitada por beduínos, pessoas árabes que, por norma, habitam nos desertos.
O grupo Iniciativas Abraham, dedicado à defesa e monitorização das relações judaico-árabes em Israel, avança que as vítimas são um casal árabe e os seus três filhos, com médicos israelitas a adiantarem que uma sexta pessoa, um homem, foi baleado e ferido no tiroteio.
A polícia recusou adiantar mais detalhes sobre a investigação em curso, que reúne várias unidades das forças de segurança à procura de "todas as pistas com recursos tecnológicos avançados".
Na cidade costeira de Haifa, um grupo de homens armados matou um cidadão palestiniano a residir em Israel hoje de manhã, quando estava a caminho do trabalho, com as autoridades de al-Halisa, bairro de Haifa onde se deu o assassínio, a fecharem todas as escolas e a pedirem aos alunos para permanecerem em casa pelo menos mais um dia.
As Iniciativas Abraham estimam que já morreram 188 pessoas em casos semelhantes neste ano, um número que é mais do dobro de períodos homólogos em anos anteriores.
O ministro da Segurança Nacional do país, Itamar Ben-Gvir, prometeu reprimir o crime no setor palestiniano de Israel, quando assumiu o cargo no final do ano passado, mas o grupo de vigilância das relações judaico-árabes crê que menos de 10% dos casos foram resolvidos este ano.
As Iniciativas Abraham creem que o aumento da violência é um sintoma tanto da indiferença policial, como da desconfiança da polícia para com as comunidades árabes, que perfazem cerca de 20% da população de Israel.
"A polícia não tem vontade nem capacidade. As pessoas têm medo de sair. É uma situação muito perigosa neste momento.", disse Thabet Abu Rass, diretor das Iniciativas Abraham, pedindo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que demita Ben-Gvir, devido à onda de assassinatos.
Um legislador árabe, Ahmad Tibi, disse que "o sangue dos assassínios de hoje está nas mãos (de Ben-Gvir) e do primeiro-ministro Netanyahu", que instou a convocar uma reunião para se discutir o crime nas comunidades árabes, tal como aconteceu no passado, para as comunidades judaicas.
"O sangue dos assassinados hoje no massacre está nas mãos (de Ben-Gvir) e do primeiro-ministro Netanyahu", disse Ahmad Tibi, um veterano legislador árabe, instando Netanyahu a convocar uma reunião sobre o crime nas comunidades árabes "como fez para as comunidades judaicas anos atrás."
Os tiroteios de quarta-feira enquadram-se numa onda de violência separada do conflito entre Israel e Palestina, com epicentro na Cisjordânia, território que Israel capturou juntamente com a Faixa de Gaza na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
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