"Desde que o povo sudanês derrubou pacificamente Omar al Bashir, em abril de 2019, vários atores (...) levaram a cabo medidas para minar os esforços do Sudão para estabelecer uma governação civil e democrática", denunciou o organismo num comunicado.
"As suas ações bloquearam os esforços para alcançar um cessar-fogo para pôr fim ao conflito em curso entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), e opuseram-se aos esforços civis sudaneses para retomar o impasse na transição democrática do Sudão", afirma a nota do departamento de Estado norte-americano.
As referidas empresas - GSK Advance Company Ltd e Aviatrade LLC - são afiliadas nas RSF e o organismo acusa-as de participarem direta e indiretamente no conflito através do financiamento e entrega de equipamentos militares, uma vez que se dedicam à área de segurança e tecnologia.
Já o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Ali Karti, após a queda de Al Bashir, liderou o Movimento Islâmico Sudanês (SIM) numa campanha para impedir o progresso rumo a uma transição democrática no Sudão, denuncia Washington.
"Ele e outros islamitas sudaneses da linha dura estão a bloquear ativamente os esforços para se alcançar um cessar-fogo e pôr fim à guerra em curso entre as SAF (Forças Armadas sudanesas) e a RSF", bem como "para restaurar a transição democrática do Sudão", alertou.
Como consequência desta medida, as propriedades e interesses que estas pessoas e empresas possam ter nos Estados Unidos, ou sob o controlo dos seus cidadãos e entidades, serão bloqueadas direta ou indiretamente, caso detenham mais de 50 por cento das ações. Além disso, os EUA proíbem todas as transações com o antigo MNE sudanês e as duas empresas sob pena de novas sanções.
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