Goran Rakic, presidente da Lista Sérvia, força política apoiada por Belgrado, pediu que os atuais presidentes da câmara e vereadores albaneses, que considera serem "falsos, ilegais e ilegítimos", renunciem dos seus cargos, para os quais foram eleitos em abril num escrutínio boicotado pelos sérvios, onde apenas participaram 3% dos eleitores.
Rakic disse que a situação dos sérvios no norte está a piorar a cada dia e acusou o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, de "intimidação" e "perseguição".
Este pedido surge na sequência do aumento da tensão entre Pristina e Belgrado, depois do ataque de 24 de setembro conduzido por um grupo paramilitar armado sérvio do Kosovo, que ficou marcado pela morte de um polícia kosovar e de três operacionais do grupo.
O Kosovo e a Sérvia acusam-se mutuamente da escalada.
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos exigem que a Sérvia investigue o ataque e apelam aos dois países para que retomem o diálogo, mediado por Bruxelas, para normalizar as relações.
O Kosovo, povoado por mais de 95% de albaneses, proclamou unilateralmente a sua independência da Sérvia em 2008, decisão que Belgrado não reconhece.
As tensões aumentaram no final de maio devido à recusa dos sérvios em aceitar autarcas albaneses do Kosovo no norte do país.
Atualmente, cerca de 50.000 sérvios vivem no norte do Kosovo sem reconhecer a independência do país, exigindo um tipo de autonomia acordada em 2013 e a retirada da polícia especial kosovar da área, medidas que Pristina se recusa a cumprir até que a Sérvia reconheça a sua independência.
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