"Rafah será aberta", afirmou Blinken, em declarações aos jornalistas que o acompanhavam após reunir-se no Cairo com o Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi.
"Estamos a definir, em cooperação com a ONU, o Egito, Israel e outros, um mecanismo para levar a ajuda a quem dela necessita", disse o chefe da diplomacia norte-americano, num comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.
Os Estados Unidos tinham alcançado um acordo com o Egito, Israel e o Qatar para que no sábado fosse permitida a saída da Faixa de Gaza através da passagem de Rafah a centenas de estrangeiros e palestinianos com passaporte de outros países, incluindo cidadãos norte-americanos e europeus.
No entanto, após a divulgação do acordo, as autoridades egípcias anunciaram que não autorizariam a entrada no seu país de estrangeiros procedentes de Gaza, se não fosse previamente facultada a entrada da ajuda humanitária para os 2,2 milhões de pessoas amontoadas naquele território palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo movimento islamita Hamas.
A ajuda humanitária, incluindo medicamentos para os hospitais da Faixa de Gaza, encontra-se agora à espera de ser autorizada a atravessar do Egito para aquele enclave pela passagem de Rafah, o único acesso que não é controlado por Israel e que o liga à Península do Sinai egípcio.
Enquanto os EUA, o Canadá e outros países tentam retirar os seus cidadãos da Faixa de Gaza, as Forças Armadas israelitas parecem estar a preparar-se para uma ofensiva terrestre, embora não seja ainda conhecida a data exata dessa operação.
Contudo, soldados israelitas concentram-se junto à fronteira com a Faixa de Gaza e o Governo emitiu um ultimato aos 1,1 milhões de palestinianos que vivem no norte do enclave para se deslocarem para o sul -- uma ação veementemente condenada pela comunidade árabe e pela ONU.
Israel encontra-se em alerta máximo desde 07 de outubro, quando combatentes palestinianos do movimento islamita Hamas atacaram o sul do país em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando outras 155, mantidas em cativeiro em Gaza e algumas delas entretanto mortas -- segundo o Hamas, pelos bombardeamentos israelitas.
Tratou-se de uma ofensiva apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas - grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel -- e ao qual Israel impôs um cerco total, cortando o abastecimento de água, combustível e eletricidade, a forte retaliação israelita matou até agora mais de 2.670 pessoas, incluindo mais de 700 crianças, e feriu pelo menos 9.600.
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