"Depois de consultar os irmãos palestinianos e egípcios e conversar com os Estados Unidos, decidimos não realizar esta cimeira, pois queremos que a cimeira, se for realizada, chegue a uma solução para parar a guerra, respeitar a humanidade dos palestinianos e entregar a ajuda que merecem", disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi.
Considerou que "não serão capazes de parar a guerra agora" e que a decisão se deve aos "contínuos massacres israelitas contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza, o último dos quais é o massacre no Hospital Baptista, que chocou toda a gente e não pode ser tolerado".
Centenas de pessoas morreram na terça-feira no hospital anglicano Al Ahli, em Gaza, cujas autoridades, controladas pelo movimento islamita Hamas, acusaram Israel de bombardear o hospital, que abrigava milhares de pacientes, parentes e refugiados. Israel disse que o hospital foi atingido por um projétil disparado pelo grupo palestiniano Jihad Islâmica.
Ayman Safadi apelou à comunidade internacional para "pôr fim ao derramamento de sangue, cuja continuação é uma vergonha para a humanidade", sublinhando que a Jordânia "continuará a trabalhar com todos para que, quando a cimeira se realizar, seja possível alcançar um resultado, que é parar a guerra, para fornecer ajuda humanitária às pessoas em Gaza e para acabar com a crise, que é uma catástrofe humanitária inaceitável".
Safadi afirmou que o rei Abdullah II da Jordânia "foi claro" durante a sua recente viagem diplomática à Europa ao defender que "a comunidade internacional deve abordar a guerra em Gaza com base em padrões humanitários e sem discriminação com base na identidade ou nacionalidade".
O ministro apelou à "aplicação do Direito Internacional e da Quarta Convenção de Genebra" e lembrou que "a recusa em entregar medicamentos e alimentos aos palestinianos em Gaza é um castigo coletivo e um crime de guerra", de acordo com um comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia na sua conta na rede social X, anteriormente conhecido como Twitter.
A cimeira contaria com a presença do rei Abdullah II e dos presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
Leia Também: Confirmada a morte de uma família luso-israelita