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Investigador procura nos genes de Maria a solução para a longevidade

Totalmente lúcida, Maria tem apenas problemas de mobilidade.

Investigador procura nos genes de Maria a solução para a longevidade
Notícias ao Minuto

15:04 - 23/10/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Saúde

O investigador espanhol Manel Esteller dedicou grande parte dos seus estudos aos mecanismos biológicos que conduzem ao cancro e às doenças relacionadas com o envelhecimento. Assim, não é de admirar que o nome de Maria Branyas lhe tenha suscitado curiosidade. 

A mulher tem 116 anos, é considerada a pessoa mais velhas do mundo e Manel não hesitou em ir à residência de Santa Maria del Tura, em Olot (Girona, Espanha), onde vive a idosa, para ver, com os seus próprios olhos, como está a mulher.

Segundo o investigador, Maria "está completamente lúcida". "Recorda com impressionante nitidez episódios de quando tinha apenas quatro anos, e não apresenta qualquer doença cardiovascular, normal em pessoas de idade avançada", revela, afirmando que os únicos problemas que apresenta são "de mobilidade e audição".

"É incrível", diz Manuel, ciente de que a longevidade de Maria está relacionada com a sua genética, dado que toda a sua família viveu para lá dos 90 anos.

A ciência quer agora determinar em laboratório qual a parte do mérito que reside nos hábitos que Maria manteve durante a sua longa vida e qual a parte que é determinada pela sua genética privilegiada, explica o ABC.

Para descobrir isso, o investigador catalão recolheu amostras biológicas da idosa (células da saliva, do sangue e da urina) e estudou o mesmo em todas elas: a expressão dos genes (quais as proteínas mais expressas); as alterações epigenéticas, ou seja, os mecanismos que controlam as alterações nestas células; e o próprio genoma, ou seja, a sequência de ADN.

"A minha intenção é imortalizar as células sanguíneas em laboratório. Tratá-las com medicamentos para ver se o envelhecimento é invertido", diz o cientista.

O objetivo final da investigação, cujos resultados poderão estar disponíveis dentro de um ano, é fazer progressos na procura de medicamentos capazes de combater a senescência.

"O estudo das células de Maria poderá dar-nos novas pistas para combater as doenças neurodegenerativas ou cardiovasculares associadas à idade, bem como o cancro", diz Manel Esteller. "Sabemos a idade cronológica de Maria, 116 anos, mas temos de determinar a sua idade biológica", conclui.

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