Apoiantes de Puigdemont pedem chumbo da investidura de Sánchez
Os sócios do Conselho da República, uma entidade criada e presidida pelo ex-presidente catalão Carles Puigdemont, pediram a inviabilização de um novo Governo de Espanha liderado pelo socialista Pedro Sánchez, numa votação pouco participada e não vinculativa.
© Getty Images
Mundo Espanha
A consulta 'online' aos sócios do Conselho da República teve uma participação de 4% dos cerca de 90 mil sócios e 74,9% dos que votaram defenderam o bloqueio à recondução de Sánchez como primeiro-ministro de Espanha, revelou hoje a entidade.
A iniciativa da consulta, ao abrigo dos estatutos do Conselho da República, foi de um grupo de associados e Carles Puigdemont não se manifestou até agora sobre este tema.
O Conselho da República foi criado por Puigdemont depois de o antigo presidente do governo regional catalão ter fugido para a Bélgica, em 2017, para não se submeter à justiça espanhola por causa da tentativa de autodeterminação da Catalunha naquele ano.
Este Conselho da República é considerado uma espécie de governo no exílio da Catalunha e conta também com uma espécie de parlamento paralelo.
Foi criado para difundir no estrangeiro o projeto de autodeterminação para a Catalunha.
Fontes da entidade citadas pelos meios de comunicação social espanhóis sublinharam que a consulta feita agora aos sócios não vincula os deputados e partidos independentistas da Catalunha e alertaram para a participação baixa, que tira valor ao resultado.
Publicamente, o Conselho da República disse apenas que iria comunicar de imediato o resultado da consulta aos partidos independentistas catalães.
O partido de Puigdemont, o Juntos pela Catalunha (JxCat), é um dos que negoceia com Sánchez a viabilização de um novo Governo em Espanha liderado pelos socialistas, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho.
Além do JxCat, está a negociar com os socialistas a viabilização de um novo Governo o partido Esquerda Republicana da Catalunha, igualmente independentista.
Os dois partidos pedem a Sánchez uma amnistia para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha de 2017.
O Partido Socialista espanhol (PSOE) foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de julho e Sánchez tem negociado com os nacionalistas e independentistas bascos, galegos e catalães uma geringonça para a viabilização de um novo Governo de esquerda no parlamento.
Hoje, o PSOE e a plataforma de forças de esquerda e de extrema-esquerda Somar anunciaram um acordo para uma coligação de Governo, que para ser viabilizada tem de contar, porém, com os votos dos deputados dos partidos nacionalistas e independentes
O Partido Popular (PP, direita) foi o mais votado em 23 de julho, mas não conseguiu maioria absoluta e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro do presidente dos populares, Alberto Núñez Feijóo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
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