Palestinianos denunciam nove mortos na Cisjordânia em operação israelita

A Autoridade Palestiniana acusou hoje o exército israelita de ter matado nove pessoas na Cisjordânia, incluindo sete no campo de refugiados de Jenin.

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© Nasser Ishtayeh/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
09/11/2023 11:55 ‧ 09/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel

As duas mortes fora do campo de Jenin ocorreram em Beit Fajar, ao sul de Belém, e em Dura, ao sul de Hebron, disse o Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana, citado pela agência espanhola Europa Press.

Inicialmente, o ministério tinha anunciado cinco mortos em Jenin, mas alterou o balanço num novo boletim.

Também deu conta de 13 feridos, incluindo vários com gravidade, nos confrontos ocorridos no campo de refugiados de Jenin nas últimas horas.

"O número de mortos em Jenin subiu para sete, enquanto 13 pessoas ficaram feridas de várias formas", disse o ministério.

A agência noticiosa oficial palestiniana WAFA afirmou que uma "grande força do exército de ocupação", referindo-se a Israel, tinha invadido várias estradas em Jenin.

A mesma agência disse que o exército israelita destruiu estradas e outras infraestruturas com 'bulldozers'.

A WAFA disse que os militares dispararam contra um grupo de palestinianos e que um paramédico estava entre os feridos.

O Crescente Vermelho Palestiniano disse que uma ambulância foi atingida e um dos seus trabalhadores ficou ferido.

Israel confirmou um ataque aéreo ao campo de Jenin, um dos epicentros das operações de segurança dos últimos meses, incluindo uma operação em julho, a maior na Cisjordânia desde a segunda Intifada, há quase duas décadas.

Um avião militar atacou "indivíduos armados que representavam um perigo para as forças armadas", declarou o exército israelita num comunicado.

Os militares disseram que "terroristas dispararam" tiros e lançaram explosivos contra os soldados durante o ataque.

O exército fez ainda seis detenções.

Desde o ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro, foram detidas na Cisjordânia ocupada 1.430 pessoas, incluindo mais de 900 suspeitos de pertencerem ao grupo islamita que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

As operações tiveram lugar um dia depois de cerca de 20 palestinianos terem sido baleados e feridos, incluindo um em estado crítico, numa operação do exército israelita na cidade de Belém, que deixou cinco outros feridos por estilhaços, segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA.

As Nações Unidas afirmaram na semana passada que a situação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental era "alarmante e urgente", face ao aumento das violações dos direitos humanos contra os palestinianos que residem nestes territórios.

Disseram também que "as forças israelitas têm utilizado cada vez mais táticas e armas militares nas operações de segurança".

De acordo com a Autoridade Palestiniana, o número de palestinianos mortos pelas forças israelitas e por ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ascende a mais de 160 desde 07 de outubro.

Nesse dia, o Hamas realizou ataques em Israel que causaram cerca de 1.400 mortos e raptou mais de 240 pessoas que mantém como refém na Faixa de Gaza, segundo as autoridades israelitas.

Os ataques desencadearam uma ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza que, até agora, causou a morte de mais de 10.500 palestinianos, de acordo com o Hamas.

Leia Também: AO MINUTO: Israel rejeita crise humanitária; Macron pede "cessar-fogo"

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