João Lourenço inaugurou hoje o novo aeroporto, que vai operar, numa primeira fase, apenas com transporte de cargas, estando prevista uma capacidade de 130 mil toneladas anuais, iniciando em fevereiro de 2024 os voos domésticos e em junho do mesmo ano os voos internacionais.
Em declarações à imprensa, o chefe de Estado angolano referiu que o Governo entende que "esta grande infraestrutura não deve ser gerida pelo Estado".
Segundo o Presidente angolano, foi indicado um operador aeroportuário provisório, transitório, para gerir inicialmente o aeroporto, indo o Estado trabalhar no sentido de que isso aconteça no mais curto prazo possível.
"O ministro dos Transportes anunciou a abertura de concurso público para o operador definitivo, privado. Obviamente que, dentro de alguns meses -- espero bem --, vai então assumir a gestão definitiva desta importante infraestrutura", realçou.
O chefe de Estado angolano enfatizou que, quando a gestão for assumida pelo operador privado, as despesas do Estado vão reduzir-se consideravelmente, chegando mesmo o momento em que o gestor privado irá partilhar as receitas com o dono do aeroporto, que é o Estado.
"Este aeroporto continuará a ser do Estado, mas gerido por uma entidade privada competente, que vai transformar este aeroporto numa fonte geradora de receitas. Este aeroporto não foi construído para representar mais despesas, antes pelo contrário, é para gerar receitas para quem o gerir e receitas para o Estado", frisou.
Na sua intervenção, o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo de Abreu, disse que, inaugurada a infraestrutura, é preciso trabalho para o que está para vir, pois, sublinhou, "um aeroporto não é, numa economia dinâmica e com um potencial de crescimento e desenvolvimento, um projeto acabado".
Ricardo de Abreu afirmou que Angola tem hoje um setor de aviação forte e reconhecido nacional e internacionalmente.
"Precisamos é de consolidar e de garantir que todos aqueles setores que podem usufruir e tirar partido deste empreendimento o façam sem receios de capacidade, de eficiência, da capacidade humana e tecnológica, para sermos competitivos no contexto das nações africanas e mundiais", afirmou.
O titular da pasta dos Transportes de Angola declarou que o concurso público internacional para "identificar o parceiro mais adequado" vai ser lançado, para garantir que o aeroporto corresponda aos melhores padrões e melhores práticas de gestão internacionais.
"Seja a nível dos passageiros que por aqui venham a passar e que nos visitem, seja a nível da logística por via do movimento de cargas para Angola, de Angola para o mundo, promovendo as nossas exportações e do mundo para o nosso país e para o nosso continente", disse o ministro, admitindo que para a concretização desses objetivos há muito trabalho pela frente.
O Aeroporto Internacional de Luanda "Dr. António Agostinho Neto", nome do primeiro Presidente de Angola, localizado em Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, cerca de 42 quilómetros do centro da cidade de Luanda, ocupa uma área de 1.324 hectares, prevendo-se um fluxo anual de 15 milhões de passageiros, dos quais 10 milhões do exterior, possuindo duas pistas duplas, com capacidade para aviões do tipo B747 e A380.
A infraestrutura possui 31 mangas, das quais 19 para os serviços internacionais e 11 para os domésticos, nove tapetes rolantes para o depósito de bagagem, seis deles para voos internacionais, 26 balcões de migração, um parque de estacionamento para 1.650 viaturas, espaço para lojas, numa área de 1.825 metros quadrados, e acesso ferroviário, com uma linha férrea de 56 quilómetros, e um comboio Express.
O Presidente angolano anunciou hoje que está em estudo a construção de um novo terminal e uma nova pista, para permitir que circulem anualmente pelo aeroporto cerca de 65 milhões de passageiros.
Leia Também: Novo aeroporto de Luanda poderá ter 15 milhões de passageiros por ano