O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, revelou que "havia fortes indícios" de que os reféns do grupo islâmico Hamas estariam no hospital Al-Shifa, em Gaza, o que justificou a entrada das Forças de Defesa de Israel (IDF) no local.
"Havia fortes indícios de que [os reféns] estavam no hospital Al-Shifa, e essa foi uma das razões pelas quais entrámos no hospital. Se estavam lá, foram movidos", apontou o responsável, em entrevista à CBS News, esta quinta-feira.
Netanyahu garantiu ainda que Israel tem "informações" sobre os reféns, mas ressalvou que "quanto menos disser, melhor".
Também esta quinta-feira, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, assegurou que os Estados Unidos estão confiantes na autenticidade das informações que davam conta de que o grupo islâmico Hamas usou o hospital Al-Shifa como centro operacional e armazém de equipamentos, ainda que se tenha recusado a partilhar pormenores.
BREAKING NEWS: Israeli PM Netanyahu tells me they had “strong indications” some of the hostages were held in Al-Shifa Hospital. We’ll have more of our exclusive interview tonight on the @CBSEveningNews pic.twitter.com/xoTD4FdMZC
— Norah O'Donnell 🇺🇸 (@NorahODonnell) November 16, 2023
"Não vou falar sobre informações específicas. Isso é para Israel revelar mas, como disse outro dia, estamos confiantes na nossa própria avaliação sobre como o Hamas estava a usar aquele hospital", disse o responsável, citado pela agência Reuters.
Kirby adiantou que militantes do Hamas estavam abrigados na unidade hospitalar, usando as instalações como escudo contra ações militares e colocando doentes e equipas médicas em risco.
"Temos a nossa própria inteligência que nos convence de que o Hamas estava a usar Al-Shifa como centro de comando e controlo e, muito provavelmente, também como armazém. Ainda estamos convencidos da solidez dessa informação", disse.
De notar que as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram ter encontrado o corpo de Yehudit Weiss, uma cidadã israelita que estava refém do Hamas desde o dia 7 de outubro, num edifício perto do hospital Al-Shifa.
O exército israelita alegou, na quarta-feira, ter encontrado a "sede operacional [do Hamas], armas e equipamentos tecnológicos no edifício de ressonância magnética do hospital Al-Shifa", onde terá também eliminado membros do grupo islâmico.
Vale a pena recordar que estas informações não foram confirmadas de forma independente, e que o Hamas rejeitou repetidamente usar a instituição de saúde para as suas operações militares, tendo considerado que as acusações de Israel são uma "mentira descarada". O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina negou, também, as declarações de Israel, tendo apontado que "o exército está no hospital e ninguém sabe o que está a fazer ou que armas trouxe para alegar que as encontrou no complexo", num comunicado citado pela Al-Jazeera.
Entretanto, a organização Human Rights Watch (HRW) considerou, esta quinta-feira, que as "provas" apresentadas pelas IDF para justificar o cerco ao hospital Al-Shifa são insuficientes para revogar a proteção daquela instituição de saúde à luz do direito internacional.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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