Hamas contesta número de mortos em operação israelita na Cisjordânia

O exército israelita anunciou hoje que matou sete palestinianos em dois incidentes na Cisjordânia ocupada, incluindo cinco em Jenin, mas o Hamas contestou os números.

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© REUTERS/Raneen Sawafta

Lusa
17/11/2023 14:20 ‧ 17/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel

O grupo islamita confirmou a morte de apenas três combatentes em Jenin, depois de Israel ter divulgado um balanço de cinco mortos.

"Há três mortos e 15 feridos, quatro dos quais se encontram em estado grave", disse o Ministério da Saúde palestiniano.

Jornalistas da AFP viram o cortejo fúnebre de três corpos cobertos com bandeiras dos movimentos armados palestinianos, segundo a agência francesa.

Na noite de quinta-feira, veículos militares israelitas entraram no campo de refugiados de Jenin, onde estão 23 mil pessoas, segundo a ONU, que gere o campo.

'Drones' (aeronaves sem tripulação) israelitas sobrevoaram a zona enquanto os palestinianos atiravam pedras. Pelo menos um engenho explosivo foi lançado na direção dos veículos.

Os soldados dispararam algumas granadas de gás lacrimogéneo antes das trocas de tiros no campo, de onde saíram colunas de fumo negro, segundo a AFP.

Os soldados israelitas retiraram-se de Jenin hoje de manhã, tendo o exército declarado que tinha efetuado uma "operação antiterrorista".

Durante a operação, os soldados descobriram "engenhos explosivos artesanais colocados debaixo e ao longo das ruas para atacar as forças de segurança israelitas".

Israel anunciou também que tinha "atingido uma célula terrorista armada", de que resultaram 15 detidos e a apreensão de seis armas.

O Crescente Vermelho Palestiniano divulgou imagens que mostravam pessoas a abandonar o hospital Ibn Sina em Jenin sob as ordens dos soldados israelitas durante o ataque noturno.

O Ministério da Saúde palestiniano informou igualmente que "dois palestinianos foram mortos por balas do exército israelita na entrada norte de Hebron".

O exército israelita confirmou o número de mortos, declarando que os dois homens tinham "disparado contra os soldados que operavam na zona, que responderam com fogo".

Segundo o exército, os soldados estavam em Hebron para "tirar medidas" das casas de três palestinianos mortos a tiro no dia anterior, depois de terem matado um soldado israelita e ferido cinco num bloqueio de estrada perto de Jerusalém.

Esta etapa precede a destruição das casas dos agressores, uma medida que Israel aplica regularmente.

Desde o ataque do Hamas em 07 de outubro, que causou 1.200 mortos, segundo as autoridades de Israel, o exército israelita bombardeia sem tréguas a Faixa de Gaza, com um balanço de mais de 11.500 mortos, segundo o grupo islamita.

Israel também tem intensificado as incursões na Cisjordânia, nomeadamente em Jenin e no movimentado campo de refugiados local.

Na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, cerca de 200 palestinianos foram mortos por colonos e soldados israelitas desde 07 de outubro, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.

Leia Também: Israel reclama morte de cinco "terroristas" na Cisjordânia

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