Muitos dos condenados pertencem ao Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), o principal partido da oposição, e foram acusados de violência durante as manifestações, fogo posto e obstrução à polícia.
Foram condenados a penas que variam entre alguns meses e três anos e meio de prisão, segundo a agência francesa AFP.
O Bangladesh deverá realizar eleições gerais em 07 de janeiro, que os partidos da oposição ameaçam boicotar por receio de que sejam manipuladas.
A primeira-ministra Sheikh Hasina, 76 anos, está a tentar obter um quarto mandato consecutivo, apesar das preocupações expressas pelos Estados Unidos e por outros países quanto à realização de eleições livres e justas.
O BNP, que anteriormente condenou a realização de eleições fraudulentas, organizou, desde o ano passado, grandes manifestações para exigir a demissão de Hasina e a organização de eleições por um governo neutro.
Desde o final de outubro, a polícia tem vindo a reprimir a oposição, prendendo quase todos os dirigentes do BNP, bem como milhares de ativistas e apoiantes.
Pelo menos 132 ativistas e dirigentes do BNP foram condenados no domingo e hoje por dois tribunais de Daca, a capital do país da Ásia do Sul, disseram dois procuradores à AFP.
O responsável pelos assuntos jurídicos do BNP, Kayser Kamal, acusou os tribunais de atuarem como um instrumento político da primeira-ministra.
"Os processos foram conduzidos com base em considerações políticas. Estes processos visavam apenas os líderes da oposição que tinham participado nas eleições legislativas no passado e que poderão concorrer às eleições no futuro", declarou Kamal à AFP.
Segundo Kamal, "a ideia é acabar com o BNP e prender todos os líderes e ativistas da oposição no país".
Em 28 de outubro, a polícia dispersou uma grande manifestação da oposição em Daca após o assassinato de um oficial, tendo o BNP afirmado que 13 pessoas foram mortas na repressão.
O BNP afirma igualmente que, desde então, foram detidos pelo menos 13.210 dos seus dirigentes e ativistas.
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