A Finlândia vai fechar todos os pontos de passagem na sua fronteira com a Rússia, exceto um. É uma nova atualização no esforço de Helsínquia para travar o fluxo de requerentes de asilo que chegam através da Rússia. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, numa altura em que já metade dos pontos de cruzamento da fronteira se encontravam fechados.
Segundo o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, citado pelo The Guardian, a partir da meia-noite de sexta-feira, o único ponto de passagem de fronteira aberto, num total de oito existentes, será o de Raja-Jooseppi, a norte do país.
Em causa estará, acusam os finlandeses, uma alegada ação de vingança do Kremlin contra os países nórdicos pela cooperação com os Estados Unidos. Moscovo estará, supostamente, a guiar os refugiados e migrantes para a fronteira com a Finlândia.
Já nesta quarta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Elina Valtonen, revelou que o país poderia mesmo encerrar por completo a fronteira.
Segundo a agência Reuters, só em novembro mais de 600 pessoas sem documentos válidos chegaram à Finlândia através da Rússia, o que levou Helsínquia a fechar vários pontos da fronteira e a acusar Moscovo de canalizar migrantes por esse caminho. O Kremlin negou, no entanto, a acusação.
"Já tomamos medidas para fechar pontos de passagem de fronteira e, se necessário, faremos novos encerramentos", disse Valtonen, depois de a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, ter dito, na quarta-feira, que a Rússia responderá, "claro", se a Finlândia fechar os postos fronteiriços restantes.
Segundo as autoridades de imigração finlandesas, os migrantes vêm de vários países, entre eles Iémen, Afeganistão, Quénia, Marrocos, Paquistão, Somália e Síria.
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