"Somos amigos de Israel. A Itália não é a favor do reconhecimento da Palestina sem o acordo de Israel", afirmou Tajani numa conferência organizada em Barcelona pelo Partido Popular Europeu.
O Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, admitiu na sexta-feira a possibilidade de Espanha reconhecer o Estado palestiniano unilateralmente, à margem da União Europeia (UE) e de outros Estados-membros do bloco comunitário.
Numa conferência de imprensa ao lado homólogo belga, Alexander de Croo, em Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, Sánchez afirmou que vários países da UE, que não especificou, defendem a mesma posição de Madrid.
Na conferência em Barcelona, Tajani disse que Itália quer a paz e defende a existência dos dois Estados como solução para o conflito no Médio Oriente.
"Mas se [Israel e a Palestina] não se reconhecerem, é inútil, é propaganda, não me agrada", afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.
Tajani qualificou o Hamas, o grupo islamita palestiniano que atacou Israel em 07 de outubro, como "uma organização terrorista como a ETA [País Basco) ou as Brigadas Vermelhas [Itália]".
"Não se pode falar com terroristas", defendeu Tajani, membro do partido de centro-direita Forza Italia e também vice-primeiro-ministro no executivo de Giorgia Meloni, um Governo de aliança entre direita e extrema-direita.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano disse que se tem de respeitar a população civil da Faixa de Gaza, mas sem "esquecer o direito de Israel a defender-se".
"A sua segurança é uma prioridade, tal como o direito dos palestinianos a terem um Estado livre, livre do domínio terrorista", afirmou.
O ataque de 07 de outubro matou mais de 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas, que acusaram ainda o Hamas de terem feito mais de duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza até as partes terem chegado a acordo para uma trégua de quatro dias, que começou na sexta-feira.
A pausa nos combates destina-se à troca de reféns do Hamas por palestinianos presos em Israel, e à entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita na Faixa de Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas.
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