"O fracasso de Putin não traduz automaticamente uma vitória para a Ucrânia. Com o arrastar da guerra, temos que provar o que significa apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário", afirmou na sua intervenção no Parlamento Europeu, na preparação do próximo Conselho Europeu.
Von der Leyen recordou como há exatamente dois anos, numa sessão plenária em Estrasburgo, se discutiu, pela primeira vez, a invasão da Rússia à Ucrânia, mas que "apesar da dor" também se deve lembrar "a luz que brilhou nesses dias escuros" ou a "alegria dos que foram libertados da ocupação russa" e a solidariedade de um continente que foi demonstrada.
Para a presidente, a resistência ucraniana foi uma realidade designadamente porque a população europeia "abriu os seus corações e as suas casas", somando-se o apoio financeiro dos Estados-membros e do Parlamento.
"Empoderamos a resistência Ucrânia e deixámos a esperança viva", garantiu a dirigente, lembrando, que, ao contrário das expectativas, Kyiv não cedeu à invasão nos dias seguintes e ganhou lutou e somou avanços na guerra por terra, água e ar.
Esta resistência também teve consequências fora do campo de batalha, com a Finlândia a tornar-se membro da Nato, enquanto a Suécia está prestes a fazê-lo e a Ucrânia está a caminho da União Europeia.
"O Kremlin afastou-se a si próprio das economias ocidentais e dos sistemas de inovação, tornando-se dependente da China. Putin não está apenas a falhar os objetivos estratégicos, está a impor um custo dramático ao seu próprio país", afirmou a presidente, referindo o papel decisivo da Europa no apoio à Ucrânia.
"A Ucrânia não está apenas a lutar contra o invasor, mas pela Europa. Juntar-se à nossa família será a sua vitoria ultima. E nisso temos um papel decisivo a desempenhar", argumentou, recordando os passos e que estão a ser dados nesse sentido.
Úrsula Von der Leyen referiu-se ainda à migração e o que foi feito para reforçar a ambição contra o tráfico e à competitividade, referindo o necessário ao apoio para alavancar as industrias tecnológicas 'limpas'.
Por último, referiu-se à necessidade de ajustes técnicos ao orçamento, num contexto de pressão da inflação e altas taxas de juro, consequências da guerra e da pandemia.
A dirigente referiu ver consenso em redor das prioridades, mas que a questão é como as financiar, uma vez que as finanças públicas estão também sob pressão e que questões difíceis se colocam, referindo que a EU deve ser capaz de financiar as suas prioridades com os seus recursos próprios.
"Este tem sido um apelo de longa data deste Parlamento. Um apelo que apoio totalmente. Graças ao Parlamento, em 2020 chegámos a acordo sobre um roteiro para criar novas receitas para o orçamento da União. Precisamos que isso aconteça. O próximo orçamento de longo prazo está próximo. E a Europa deve ter o poder financeiro para cumprir as tarefas históricas desta década e da próxima", disse.
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