"Todas as iniciativas anunciadas aqui no Dubai serão objeto de uma análise aprofundada (...). Esta é uma 'tábua de salvação' para a ação climática, não uma linha de chegada. Todos os governos e empresas devem agora transformar estes compromissos em resultados económicos concretos, sem demora", alertou Stiell numa intervenção final na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28).

Neste sentido, o responsável disse que é preciso "avançar com a aplicação do Acordo de Paris" e que no início de 2025, os países devem fornecer novos contributos a nível nacional.

"Cada um destes compromissos, em termos de financiamento, adaptação e atenuação, deve permitir aproximarmo-nos de um mundo com um aumento de temperatura de 1,5 graus. Os países devem preparar e apresentar os primeiros relatórios bienais de transparência até ao final do próximo ano", avisou Simon Stiell.

De acordo com o responsável da ONU, a cimeira COP 28 pretendia também marcar o fim do principal problema climático da humanidade: os combustíveis fósseis e a poluição, "que estão a queimar o planeta".

"Embora não tenhamos virado completamente a página da era dos combustíveis fósseis, este resultado marca claramente o princípio do fim", sublinhou. 

Simon Stiell disse ainda que as "conferências sobre o clima" baseiam-se no consenso, significando que as partes têm de concordar "com todas as palavras, vírgulas e pontos finais", considerando que não se trata de uma tarefa fácil.  

"Sem as conferências, estaríamos a caminhar para um aquecimento global de quase 5 graus (...). Uma sentença de morte absoluta para a nossa espécie", declarou sublinhando que a COP28 tinha de alcançar avanços.

Neste sentido, disse ser necessária o que chamou "luz verde global" para que todos os sistemas estejam prontos para as energias renováveis, a justiça climática e a "resiliência".

Considerando que nestes aspetos a COP 28 registou progressos reais, Stiell avisou que é preciso "triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética".

No mesmo discurso, Stiell destacou que "em todas as fases", a ação climática deve progredir a par do desenvolvimento humano, da dignidade e das oportunidades.

Em perspetiva o secretário executivo da ONU para o Clima afirmou que a "avaliação global" mostra que os progressos não estão a ser feitos com a rapidez suficiente, "mas que estão inegavelmente a acelerar".

"Estou firmemente convencido de que isso se deve ao facto de a lógica política e económica ser cada vez mais inultrapassável: perdem-se vidas humanas em grande número em todos os países, enquanto os combustíveis fósseis estão a sobrecarregar tanto os orçamentos domésticos como os nacionais", prosseguiu.

Os países reunidos na cimeira do clima aprovaram hoje "por consenso" uma decisão que apela a uma "transição" no sentido de abandonar os combustíveis fósseis, anunciou o presidente da COP28, no Dubai.

Na abertura da sessão plenária de encerramento, os delegados adotaram a decisão preparada pelos Emirados Árabes Unidos, que foi aplaudida.

Trata-se de uma "decisão histórica para acelerar a ação climática", afirmou Sultan Al Jaber, presidente da conferência da ONU.

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