"A vossa visita é muito significativa", declarou Tsai, justificando que esta "demonstra plenamente o apoio dos Estados Unidos à democracia taiwanesa e sublinha a parceria estreita e sólida entre Taiwan e os Estados Unidos".
"Esperamos que as relações com Taiwan continuem a progredir e a desempenhar um papel de liderança na prosperidade e no desenvolvimento da região e do mundo", acrescentou a responsável, citada pela agência de notícias France-Presse.
Uma delegação informal enviada a Taiwan pelos Estados Unidos reuniu-se hoje com a presidente cessante, dois dias após a eleição do sucessor William Lai Ching-te.
Composta pelo antigo conselheiro de Segurança Nacional Stephen Hadley, pelo antigo secretário de Estado adjunto James Steinberg e pela presidente do Instituto norte-americano em Taiwan, Laura Rosenberger, a comissão planeia ainda encontrar-se com "uma série de figuras políticas importantes" antes de deixar Taiwan na terça-feira.
"Nós estamos aqui para felicitá-la a si e ao povo de Taiwan pelas eleições presidenciais e legislativas realizadas a 13 de janeiro", afirmou Stephen Hadley, saudando a democracia de Taiwan como "um exemplo para o mundo".
Hadley indicou que, no final do dia, a delegação vai encontrar-se com o presidente eleito, William Lai, que, tal como Tsai Ing-wen, pertence ao Partido Democrático Progressista, e com os outros candidatos presidenciais.
Esta não é a primeira vez que Washington envia uma delegação informal a Taiwan após uma eleição: em 2016, o antigo secretário de Estado adjunto Bill Burns visitou o país dois dias depois de Tsai Ing-wen ser eleita presidente.
A visita surge no final de uma campanha eleitoral marcada por uma pressão crescente, tanto diplomática como militar, por parte de Pequim, que vê Taiwan como uma província chinesa, a reunificar pela força, se necessário.
O estatuto de Taiwan é um dos assuntos mais tensos na rivalidade entre a China e os Estados Unidos, o principal aliado militar da ilha, e Washington tinha prometido enviar uma "delegação informal" à ilha após a votação.
William Lai, o candidato favorito de acordo com as sondagens, venceu as presidenciais de sábado com 40,05% dos votos.
O atual vice-presidente cessante, de 64 anos, foi descrito por Pequim como um "sério perigo" devido às posições do Partido Democrático Progressista, que afirma que a ilha é de facto independente.
A China alegou no domingo que os resultados das presidenciais "não representam a opinião da maioria na ilha".
"As eleições não mudarão o quadro básico e a tendência de desenvolvimento das relações através do Estreito" de Taiwan, disse Chen Binhua, porta-voz do gabinete chinês responsável pelas relações com Taipé.
Num comunicado citado pela imprensa estatal chinesa, Chen acrescentou que o resultado "não alterará a aspiração partilhada dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de forjar laços mais estreitos".
"Aderimos ao consenso de 1992 que reconhece o princípio de 'uma só China' e opomo-nos firmemente às atividades separatistas que buscam a 'independência de Taiwan', bem como à interferência estrangeira", acrescentou o porta-voz.
O comunicado surgiu horas depois do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan ter apelado à China para "respeitar os resultados das eleições presidenciais", que "demonstram mais uma vez a maturidade e a estabilidade da política democrática" da ilha.
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