Corno de África é a região mais vulnerável às alterações climáticas
A região do Corno de África é a mais vulnerável no que diz respeito às alterações climáticas, que se manifestaram com aumentos de temperatura e provocaram secas e inundações, declarou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).
© Lusa
Mundo OMS
"As secas e inundações, nos últimos anos, tornaram-se mais comuns. Causam deslocações em massa e sofrimento", disse a a gestora de incidentes da OMS para a emergência no Corno de África, Liesbeth Aelbrecht, durante a apresentação do Apelo de Emergência Sanitária de 2024.
Nas últimas semanas, o "fenómeno El Niño tem exacerbado estas necessidades humanitárias ao provocar inundações no Corno de África e ao aumentar secas noutras regiões, sobretudo no Norte da Etiópia e no Sudão", explicou Aelbrecht???????.
Estes desastres naturais, aliados aos conflitos na região, aumentam muitos os níveis de fome, segundo a representante da OMS.
"Atualmente, mais de 15 milhões de pessoas tem insegurança alimentar [na região], o que representa um aumento de 30% comparativamente a maio de 2022", referiu.
A crise humanitária está a afetar as crianças: "temos o maior número de crianças malnutridas, onde cerca de 2,7 milhões está com malnutrição grave", o que as torna mais vulneráveis a doenças, disse.
Esta vulnerabilidade do sistema imunitário, aliado aos desastres naturais e à insegurança provocada pela guerra, fez com que surgissem surtos de cólera em sete países, mas também surtos de malária, segundo a representante da OMS.
"Estes surtos pioram com a deslocação de pessoas, e cerca de 20 milhões de pessoas já tiveram de sair das suas terras, das quais 4,4 milhões por desastres naturais [secas e inundações]", frisou.
De acordo com a representante da OMS, a organização tenta assegurar que as pessoas mais vulneráveis tenham acesso a serviços essenciais de saúde. Estão focados em proteger as pessoas de doenças através de campanhas de imunização, de resposta rápida a surtos de doenças e a prover tratamento a crianças com severa malnutrição.
"Quero dar uma mensagem de esperança. A OMS consegue prestar a ajuda humanitária necessária. Sabemos fazê-lo, temos especialistas e temos o privilégio de termos uma extensa rede de parceiros locais e internacionais", concluiu a representante.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, durante apresentação do Apelo de Emergência Sanitária de 2024, apelou a um financiamento de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros) "para proteger a saúde das populações mais vulneráveis em 41 emergências em todo o mundo".
Desse financiamento, 334 milhões de dólares (cerca de 305 milhões de euros) destinam-se a África, segundo uma nota de imprensa no 'site' da OMS.
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