Chefe da polícia da China condenado a prisão após agressão a mulheres

O ex-chefe da polícia de Tangshan, no norte da China, que ocupava o cargo em 2022, quando um grupo de mulheres foi atacado numa churrasqueira, foi condenado hoje a 12 anos de prisão por ter protegido grupos criminosos.

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© Reuters

Lusa
23/01/2024 09:27 ‧ 23/01/2024 por Lusa

Mundo

China

A agressão de três mulheres num restaurante, cujas imagens registadas pelas câmaras de vigilância se tornaram virais nas redes sociais, provocou indignação generalizada no país asiático.

Ma Aijun, que dirigia então a esquadra da polícia de Lubei, do Gabinete de Segurança Pública de Tangshan, na província de Hebei, foi condenado a 12 anos de prisão e multado em 700.000 yuan (97.000 euros), informou um tribunal de Tangshan.

Ma foi condenado e punido por violar a lei para obter benefícios pessoais e subornos.

Até à manhã de hoje na China, a notícia foi lida por mais de 130 milhões de vezes na rede social Weibo, com a maioria dos leitores a concluir que foi finalmente feita justiça.

"Este é um seguimento razoável do incidente", disse um internauta.

Muitas pessoas criticaram a lentidão da reação inicial da polícia local às agressões.

"Não consigo imaginar que, se o vídeo não se tivesse tornado viral e não tivessem enfrentado a ira do público, durante quanto tempo a polícia teria protegido os membros deste grupo criminoso", comentou outro utilizador no Weibo.

As imagens mostram um dos homens a aproximar-se de uma mesa, onde três mulheres estão sentadas, e a colocar a mão nas costas de uma das mulheres. A mulher perguntou-lhe o que é que ele queria, antes de gritar que era um doente, e dar-lhe uma bofetada na mão.

O homem bate então no rosto da mulher, desencadeando uma discussão. A vítima inicial é arrastada pelos cabelos. Um grupo de homens que jantava do lado de fora juntou-se ao ataque, agredindo as mulheres com cadeiras e garrafas de cerveja.

Duas das mulheres foram hospitalizadas.

O Ministério Público chinês acusou Chen Jizhi, que iniciou a agressão, de ser chefe de um grupo criminoso e acusou-o de 11 outros crimes que remontam a 2012, incluindo agressão, jogo ilegal e roubo.

Em 2022, foi condenado a 24 anos de prisão.

Mas as dúvidas que persistiam sobre a forma como Chen tinha saído em liberdade, depois dos seus crimes anteriores, levaram o departamento de Segurança Pública da província a ordenar à polícia de Langfang, a cerca de 150 quilómetros de Tangshan, que tomasse conta do caso.

Muitas pessoas culparam a polícia local, acusando-a de uma reação lenta, uma vez que só chegou ao local depois de os suspeitos terem fugido.

A agência de inspeção e disciplina do Partido Comunista Chinês em Hebei investigou então 15 oficiais e funcionários em Tangshan.

Em agosto de 2022, as investigações iniciais revelaram que oito funcionários, incluindo Ma, dois diretores e dois adjuntos de três esquadras da polícia abusaram do seu poder e aceitaram subornos.

Leia Também: Sobe para 11 número de mortos causado por aluimento de terras na China

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