Líder da Colômbia pede apoio contra suposta tentativa de o afastar
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu na sexta-feira a mobilização popular contra uma suposta "rutura institucional" para o afastar do poder, na qual disse estar envolvido a Procuradoria-Geral colombiana.
© Sebastian Barros/NurPhoto via Getty Images
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O chefe de Estado defendeu que "há uma grave violação constitucional quando o Ministério Público investiga o Presidente da República", numa longa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
"Decidiram-se pela rutura institucional. Como Presidente da República, devo notificar o mundo sobre a tomada do Ministério Público pela máfia e devo pedir ao povo a máxima mobilização popular pela decência", disse Petro.
Já no mês passado o líder da Colômbia tinha falado de uma alegada tentativa de o afastar o poder, nomeadamente após o Ministério Público e o Supremo Tribunal de Justiça terem realizado buscas na sede da Federação Colombiana de Trabalhadores em Educação (Fecode).
A operação foi realizada na capital, Bogotá, no âmbito de uma investigação sobre o possível financiamento ilegal, incluindo de traficantes de droga, à campanha que antecedeu a eleição de Gustavo Petro em 2022.
As buscas na Fecode deveram-se a uma suposta contribuição de 500 milhões de pesos (cerca de 118 mil euros) que o sindicato fez à campanha de Petro e que não foi comunicada à autoridade eleitoral, conforme exigido por lei.
Petro garantiu na sexta-feira que "os sindicatos foram invadidos, a tortura foi usada e a pressão foi usada sobre testemunhas para acusar o Presidente e não tiveram sucesso".
"Os setores do tráfico de drogas, os autores de crimes contra a humanidade, os políticos corruptos e os setores corruptos do Ministério Público buscam desesperadamente a destituição do Presidente do cargo eleito pelo povo", acrescentou Petro.
Na sexta-feira à noite, Iván Name Vásquez, presidente do Senado, a câmara alta do parlamento da Colômbia, manifestou surpresa "pela declaração do Presidente da República que sugere um apelo ao confronto civil".
"A resposta não pode ser o apelo ao colapso das instituições como mecanismo de resolução dos nossos conflitos. Qualquer desafio às nossas instituições democráticas deve ser repudiado no âmbito da Constituição e da lei", acrescentou, na rede social X.
Uma comissão parlamentar abriu em dezembro uma investigação preliminar a Gustavo Petro, após a Procuradoria-Geral da República ter acusado um dos filhos do chefe de Estado, presente na sua campanha presidencial, de lavagem de dinheiro.
A acusação contra Nicolas Petro foi desencadeada pelo depoimento da ex-mulher, Daysuris Vasquez, que o acusou de ter recebido grandes somas de dinheiro de Samuel Santander Lopesierra, condenado nos Estados Unidos por tráfico de estupefacientes.
Gustavo Petro é o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, mas governa sem maioria nem na Câmara dos Representantes nem no Senado.
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