Crise energética afeta competitividade da África do Sul
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, atribuiu hoje a falta de competitividade internacional do país à crise energética, atividade criminosa e ao vandalismo da infraestrutura ferroviária e portuária que o país enfrenta.
© GUILLEM SARTORIO/AFP via Getty Images
Mundo Cyril Ramaphosa
"A nível interno, a crise energética e os estrangulamentos portuários e ferroviários estão a exercer uma forte pressão sobre os custos operacionais das mineradoras", afirmou o chefe de Estado sul-africano, acrescentando que "a mineração ilícita, o roubo de cabos e o vandalismo de infraestruturas colocam uma pressão adicional sobre a produção e os retornos [financeiros] da mineração".
O Presidente sul-africano falava na abertura da 30.ª Mining Indaba, uma conferência anual de captação de investimento para o setor de mineração no continente, que se realiza na Cidade do Cabo, no ano em que a África do Sul celebra 30 anos de democracia.
Durante quase 150 anos, a mineração tem sido um pilar da economia sul-africana, contribuindo atualmente com cerca de 7,5% do PIB, sendo responsável por cerca de 60% das exportações sul-africanas em valor, segundo o Governo.
"Em 2004, ano em que a Carta Mineira foi introduzida pela primeira vez, a propriedade negra na indústria era de cerca de 2%. Hoje, é de aproximadamente 39%", vincou o Presidente, Cyril Ramaphosa, que é também o líder do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde o fim do anterior regime de 'apartheid' em 1994.
Na sua intervenção, o líder sul-africano salientou que no ano passado, o Governo delineou quatro objetivos -- fornecimento estável de eletricidade, reformas económicas e melhoria do ambiente operacional, e combate da mineração ilegal - para "desenvolver o setor, melhorar a sua competitividade global e aproveitar o impulso global para o desenvolvimento sustentável".
Na semana passada, Ramaphosa inaugurou no porto de Durban, sudeste do país, o primeiro carregamento de exportação de mercadorias produzidas por empresas sul-africanas destinadas a outros países africanos ao abrigo das disposições comerciais preferenciais da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA, na sigla em inglês).
Para colmatar a falta de quase 12 horas de eletricidade que as empresas e os sul-africanos enfrentam diariamente, Ramaphosa anunciou que o Governo "contratou 1.384 megawatts (MW) que se encontra atualmente em construção ou praticamente em operação".
Ramaphosa, que tem prometido acabar com a crise energética no país desde a sua eleição em 2018, adiantou que a aquisição de mais de 12.800 MW de energia renovável, gás para energia e armazenamento em baterias está em curso público.
"Desde a eliminação do limite de licenciamento para a produção integrada, o Regulador Nacional de Energia da África do Sul registou nada menos que 1.312 instalações de produção com uma capacidade combinada superior a 6.300 MW. Cerca de um terço desta capacidade abastece a procura mineira", explicou Ramaphosa, afirmando que a medida representava o segundo objetivo identificado para acelerar a concretização de reformas económicas, de forma a melhorar o ambiente operacional das empresas.
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