EUA. Biden acusa Trump de instrumentalizar a questão migratória

O Presidente dos EUA, Joe Biden, acusou hoje o seu rival republicano, Donald Trump, de instrumentalizar a imigração, em prejuízo do país, ao impedir a aprovação no Congresso de um acordo bipartidário sobre a questão.

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Lusa
06/02/2024 19:22 ‧ 06/02/2024 por Lusa

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"Donald Trump prefere explorar esta questão em vez de resolvê-la", acusou o líder democrata num discurso na Casa Branca.

Na segunda-feira, Trump tinha apelado aos republicanos no Congresso para se oporem ao acordo que prevê um pacote de 60 mil milhões de dólares (cerca de 55 milhões de euros) para a Ucrânia.

"Apenas um idiota, ou um democrata radical de esquerda, votaria a favor deste projeto horrível", argumentou Trump na rede social Truth Social.

Hoje, Biden aproveitou estas declarações e acusou Trump de estar a boicotar os esforços bipartidários no Congresso para resolver um impasse político sobre migração que dura há vários meses.

"Tudo indica que o projeto nem sequer avançará para o Senado. Porquê? Por um motivo simples: Donald Trump. Porque Donald Trump acredita que lhe é prejudicial politicamente, portanto, não o apoia, mesmo que beneficie o país. Ele prefere usar esta questão como arma em vez de resolvê-la", disse Biden num discurso na Casa Branca.

Biden referia-se ao facto de, na perspetiva dos democratas, Trump procurar usar a migração como bandeira de campanha eleitoral, procurando demonstrar a ineficácia do atual inquilino da Casa Branca nesta matéria.

"Parece que estão a ceder", reconheceu Biden, que apelou depois aos membros da oposição republicana para que demonstrem "coragem" e "determinação" votando no que acreditam ser certo, em vez de sucumbirem à pressão de Trump, que tem uma grande influência na base do partido.

A este respeito, Biden apelou aos republicanos para que deixem para trás "esta política tóxica" e parem de "fazer jogos políticos" para responder aos pedidos dos norte-americanos por uma solução para o sistema de imigração, que não mudou significativamente durante décadas.

Recentes sondagens revelam que os norte-americanos acusam o Governo de Biden de não ser capaz de travar a entrada maciça de imigrantes ilegais no território, apesar dos esforços dos dois partidos se entenderem no Congresso.

O Senado norte-americano apresentou na noite de domingo um texto - resultado de longos meses de negociações - que prevê ajuda um novo pacote de ajuda à Ucrânia, no valor de 14 mil milhões de dólares (cerca de 13 mil milhões de euros) para Israel, bem como uma reforma do sistema migratório.

"Precisamos de um projeto de lei separado sobre a questão da migração, que não deve estar ligado de forma alguma à ajuda a um país estrangeiro", disse o ex-Presidente, que é o favorito nas primárias do seu partido para as eleições presidenciais de novembro.

Para ser aprovado, esse pacote de ajuda deverá passar no Senado e depois na Câmara de Representantes, onde os democratas gozam de uma maioria.

O líder da maioria republicana na Câmara de Representantes, Mike Johnson, que é apoiante de Donald Trump, declarou no domingo que antevê uma reprovação da proposta bipartidária, lembrando que a maioria dos congressistas se deverá opor.

Em relação à Ucrânia, Biden advertiu que "o tempo urge", exortando o Congresso a aprovar novo pacote de ajuda militar.

"Apoiar este projeto de lei é opor-se a [Vladimir] Putin. Bloqueá-lo é fazer o jogo" do Presidente russo, afirmou o líder democrata.

A Casa Branca advertiu hoje que a Ucrânia está a ficar sem munições e afirmou ser vital que os países aliados, incluindo os Estados Unidos, aprovem nova ajuda militar para que Kiev continue a enfrentar a invasão russa.

Em conferência de imprensa por telefone, o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, disse que o Exército ucraniano se encontra numa posição de "ter de tomar decisões difíceis que não deveria ter de tomar", devido à escassez de munições.

[Notícia atualizada às 19h54]

Leia Também: Trump quer debater "imediatamente" com Biden? "Não tem nada para fazer"

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