Câmara dos Representantes dos EUA sem "pressa" para aprovar ajuda externa

O líder republicano da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, afirmou hoje que a instituição não se sente "apressada" para aprovar o pacote de ajuda externa superior a 95 mil milhões de dólares, maioritariamente destinado à Ucrânia.

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© Graeme Sloan/Bloomberg via Getty Images

Lusa
15/02/2024 06:45 ‧ 15/02/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Johnson fez as declarações numa reunião de republicanos da Câmara que estão em grande parte alinhados com o antigo presidente e principal candidato do partido às eleições de novembro, Donald Trump, na oposição ao apoio aprovado pelo Senado para a luta da Ucrânia contra a invasão russa.

Em conferência de imprensa posterior, Johnson disse que "a Câmara liderada pelos republicanos não será pressionada ou forçada a aprovar um projeto de lei de ajuda externa".

Johnson, que rejeitou um compromisso de segurança fronteiriça e que foi retirado do texto final, disse que o pacote do Senado "não faz nada" para proteger a fronteira EUA-México, uma prioridade dos republicanos.

O responsável informou ter solicitado uma reunião com o presidente Joe Biden há vários meses sobre estas questões e ainda aguardava esse encontro.

A Casa Branca sugeriu que Johnson não estava em posição de negociações produtivas depois de os republicanos exigirem que a segurança fronteiriça fosse associada à ajuda à segurança nacional e depois rejeitou o pacote bipartidário aprovado pelo Senado.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Johnson basicamente precisa negociar consigo próprio e não com a Casa Branca.

"O que há para negociar? O que significa a negociação individual quando ele recebe exatamente o que pediu? Então ele está a negociar consigo mesmo", considerou a mesma fonte.

Apesar de ter manifestado apoio pessoal à ajuda à Ucrânia, Johnson lidera um partido, cuja maioria está mais alinhada com a ideologia isolacionista de Trump e com uma abordagem cada vez mais comum de indiferença quanto à invasão russa.

Biden notou que uma recusa do pacote seria "fazer o jogo de Putin", enquanto o secretário da Defesa, Lloyd Austin, reuniu-se online com o Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, que inclui cerca de 50 países que coordenam o apoio militar à Ucrânia.

No Congresso, vários democratas e alguns republicanos quiseram impor um procedimento, pouco comum, para forçar uma votação, o que é tido como improvável.

O líder democrata Hakeem Jeffries não quis comentar o procedimento, mas afirmou a vontade de ver o presidente da câmara apresentar o pacote para uma "votação positiva ou negativa".

O pacote de 95 mil milhões de dólares (88 mil milhões de euros), na maioria destinado à Ucrânia, está a ser debatido há meses no Congresso e é objeto de um braço de ferro entre os republicanos e a administração democrata do Presidente Joe Biden.

O Senado deu no domingo um passo para adotar o pacote de ajuda para a Ucrânia, Israel e Taiwan, parado há meses no Congresso.

A maior parte - 60 mil milhões de dólares que correspondem a 55,6 mil milhões de euros - é para ajudar a Ucrânia a reabastecer os 'stocks' de munições, armas e outras necessidades essenciais, numa altura em que o país entra no terceiro ano de guerra.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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