"Todos os candidatos devem estar sujeitos ao princípio constitucional da igualdade de tratamento. É por isso que a libertação imediata do candidato Bassirou Diomaye Diakhar Faye é uma exigência popular e respeitadora da Constituição", indica o comunicado do coligação Diomaye Presidente.
A coligação refere também a "necessidade de libertar urgentemente o Presidente Ousmane Sonko, líder da oposição".
Ousmane Sonko é o líder do partido de oposição dissolvido Pastef, cuja candidatura foi rejeitada pelo Conselho Constitucional que, em vez disso, manteve a de Faye, o seu número dois.
Sonko está preso desde julho de 2023 por alegadamente apelar à insurreição, por suposta conspiração criminosa ligada a uma empresa terrorista e por colocar em perigo a segurança do Estado.
Bassirou Diomaye Faye está em prisão preventiva desde abril de 2023, mas ainda não foi julgado e condenado, razão pela qual a sua candidatura foi aceite pelo Conselho Constitucional.
No final de janeiro, a União Europeia considerou "muito importante que os candidatos que foram selecionados pelo Conselho Constitucional possam fazer campanha em plena igualdade" com os seus adversários.
Várias dezenas de opositores foram libertados nos últimos dias, num gesto de apaziguamento do regime do Presidente Macky Sall, que não reconhece a existência de presos políticos no Senegal.
"Ao mesmo tempo que saúda a libertação dos presos políticos", a coligação Diomaye Presidente "solicita que todos os presos políticos ainda encarcerados injustamente sejam imediatamente libertados".
O Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (Raddho) saudou, em comunicado de imprensa, a libertação daquelas pessoas detidas "injustamente", algumas delas há mais de dois anos.
O Senegal entrou em crise no início de fevereiro, na sequência do adiamento das eleições presidenciais para 15 de dezembro, inicialmente previstas para 25 de fevereiro.
Este adiamento foi invalidado, na quinta-feira, pelo Conselho Constitucional que exigiu que a votação fosse realizada "o mais rapidamente possível", uma decisão que o Presidente Sall, cujo mandato de cinco anos termina em 02 de abril, se comprometeu a respeitar.
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