Nyusi está na Argélia para cimeira dos países exportadores de gás

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, inicia hoje uma visita de trabalho de quatro dias à Argélia, durante a qual vai participar na sétima Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do Fórum dos Países Exportadores do Gás (FPEG/GECF).

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Lusa
28/02/2024 09:20 ‧ 28/02/2024 por Lusa

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Moçambique

De acordo com fonte da Presidência da República, a visita vai decorrer até sábado, a convite do líder argelino, Abdelmadjid Tebboune, e o chefe do Estado vai manter conversações com o homólogo, "no quadro do reforço das relações históricas de amizade e cooperação entre os dois povos e países, bem como visitar locais interesse económico, histórico e cultural".

No sábado, Filipe Nyusi participa na sétima cimeira FPEG/GECF, que irá decorrer sob o lema "Fazer do Gás Natural o Recurso Central de um Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável".

A cimeira "vai debruçar-se sobre matérias que impulsionem aos países e governos abraçarem as novas tendências e dinâmicas do setor", para "permitir um ambiente global sustentável", bem como "reforçar o papel dos países exportadores de gás na preservação dos seus interesses, quer nacionais quer da organização", explica a Presidência moçambicana.

Acompanham o Presidente da República na Argélia, entre outros membros do Governo, os ministros dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, e do Interior, Pascoal Ronda, bem como os vice-ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves, e da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Olegário Banze.

A consultora Deloitte concluiu recentemente que as reservas de gás natural de Moçambique representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares (92,7 mil milhões de euros), destacando a importância internacional do país na transição energética.

"As vastas reservas de gás do país poderão fazer de Moçambique um dos 10 maiores produtores mundiais, responsável por 20% da produção de África até 2040", refere o relatório de 2024 da consultora internacional sobre as perspetivas energéticas de África, dedicado a Moçambique, noticiado este mês pela Lusa.

O país poderá "contribuir significativamente para as necessidades energéticas mundiais, tanto durante o período de transição energética como estabelecendo capacidades fortes em toda a cadeia de valor das energias renováveis", lê-se no relatório, que aponta que o gás natural "traga cerca de 100 mil milhões de dólares de receitas para Moçambique ao longo do seu ciclo de vida".

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento, ainda sem anúncio à vista, liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projeto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, diretamente no mar, que arrancou em novembro de 2022.

A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.

Leia Também: Nyusi associa apelo da França sobre viagens a Cabo Delgado a "agenda"

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