Centenas de mulheres implantadas com DIU sem consentimento na Gronelândia

Ter-se-á tratado de uma estratégia para conter a natalidade entre 1966 e 1970.

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Notícias ao Minuto
05/03/2024 10:52 ‧ 05/03/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Queixa

Cerca de 150 mulheres da Gronelândia processaram o Estado dinamarquês, alegando que lhes foi colocado um dispositivo contracetivo sem o seu consentimento ou conhecimento.

Este grupo de mulheres apresentou uma ação judicial, esta segunda-feira, exigindo uma indemnização de  5,7 milhões de euros por aquilo que consideram ter-se tratado de uma violação dos seus direitos humanos.

Segundo o The Guardian, algumas das mulheres tinham apenas 12 anos quando dizem que lhes foi colocado um dispositivo intrauterino (DIU) pelos seus médicos, com o intuito de travar o aumento da natalidade nesta região. Acredita-se que 4.500 mulheres e crianças tenha sido afetadas por esta estratégia entre 1966 e 1970.

Em outubro, 67 mulheres denunciaram o caso e exigiram ser indemnizadas pelo Estado, que até ao momento nada fez. Desde então o número de queixas apresentadas mais que duplicou.

Naja Lyberth foi a primeira mulher a dar a cara pelo sucedido, afirmando que o dispositivo lhe foi colocado durante uma consulta médica, em adolescente. Naja acusa o Estado de esterilização concertada

Apesar de Lyberth ter partilhado a sua história publicamente há vários anos, foi preciso muito tempo para que o escândalo atraísse uma atenção generalizada na Dinamarca.

A Gronelândia, que foi uma colónia dinamarquesa até 1953, tem o seu próprio governo local, mas também faz parte do reino da Dinamarca e tem dois representantes no parlamento dinamarquês.

No ano passado, o Estado dinamarquês e o governo da Gronelândia, lançaram uma investigação imparcial sobre este caso e sobre outras práticas de prevenção da gravidez levadas a cabo na Gronelândia entre 1960 e 1991. Mas a investigação só deverá ser concluída em maio de 2025.

Leia Também: Gronelândia perdeu área de gelo equivalente à da Albânia

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