Um representante filipino disse ao número dois da embaixada que considerava inaceitável o incidente, em que a guarda costeira chinesa, na versão de Manila, abalroou barcos filipinos e usou canhões de água, noticiou a agência francesa AFP.
Um porta-voz da Marinha disse à imprensa filipina que quatro marinheiros ficaram feridos quando a embarcação da guarda costeira foi atingida por um canhão de água do navio chinês.
O chefe do Estado-Maior da Guarda Costeira das Filipinas, Jay Tarriela, acusou os navios chineses de efetuarem "manobras perigosas" e "ações imprudentes e ilegais" que resultaram no incidente, segundo a agência espanhola EFE.
Tarriela disse que a colisão ocorreu quando três navios da guarda costeira foram destacados hoje de manhã para apoiar o abastecimento das forças armadas filipinas.
"A meio da operação, os navios da Guarda Costeira das Filipinas foram confrontados com manobras perigosas e com o bloqueio da Guarda Costeira chinesa", de que resultou a colisão, disse Tarriela.
O oficial filipino divulgou nas redes sociais dois vídeos e uma fotografia do incidente, em que se vê os lados das duas embarcações a colidir durante alguns segundos.
A colisão causou "danos menores à embarcação filipina", acrescentou.
Na versão de Pequim, a guarda costeira atuou contra a "intrusão ilegal" de navios filipinos nas águas adjacentes ao Segundo Atol Thomas, conhecido nas Filipinas como Ayungin e na China como Ren'ai.
O atol pertence ao arquipélago Spratly, sobre o qual Pequim e Manila têm reivindicações territoriais.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, declarou que a China transmitiu um "forte protesto" a Manila sobre o incidente, defendendo simultaneamente o comportamento da guarda costeira chinesa.
A embaixadora dos Estados em Manila, MaryKay Carlson, também se pronunciou sobre o incidente, reafirmando nas redes sociais o apoio às Filipinas e aos defensores do direito internacional "em prol de um Indo-Pacífico livre e aberto".
A zona tem sido palco de incidentes entre navios dos dois países, incluindo algumas colisões.
No final de fevereiro, Manila acusou a guarda costeira chinesa de bloquear a passagem de um navio que transportava combustível para pescadores perto do atol.
O novo incidente ocorre quando a China está a realizar a sessão anual do Congresso Nacional do Povo, na qual anunciou hoje um aumento de 7,2% nas despesas com a Defesa este ano.
Leia Também: Incidente com Filipinas? Ações da guarda costeira foram "razoáveis"