O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrman, um conservador, responsabilizou o Gabinete Federal para a Migração e os Refugiados (BAMF) pelo facto de o homem, que foi imediatamente detido no local e que tinha um historial de comportamento agressivo e problemas psiquiátricos, ainda estar na Alemanha.
"A responsabilidade é do BAMF", disse Herrman numa conferência de imprensa em Munique, para dar conta do andamento da investigação, que exclui, para já, a possibilidade de uma motivação islamista para o ataque.
Segundo Herrman, o detido chegou à Alemanha em novembro de 2022 e apresentou um pedido de asilo pouco depois, que foi rejeitado pelo BAMF em junho de 2023, uma vez que o país responsável era a Bulgária, Estado candidato à adesão à UE.
No entanto, por razões desconhecidas, aquele organismo federal demorou mais de um mês a notificar o serviço de estrangeiros competente, o que levou ao termo do prazo de seis meses para a expulsão da pessoa em causa para a Bulgária com base no chamado mecanismo de Dublin.
O BAMF teve assim de reabrir um procedimento de asilo para o suspeito, que em dezembro de 2024, dois anos após a sua chegada à Alemanha, ainda não tinha sido resolvido, por razões que ainda não foram reveladas.
O detido declarou em dezembro, por sua própria iniciativa, que queria regressar ao Afeganistão e tinha pedido os documentos necessários no consulado, mas ainda não os tinha recebido.
"A questão é saber se poderia ter sido deportado", disse Herrman, cujo partido, a União Social-Cristã (CSU), juntamente com a União Democrata-Cristã (CDU) -- que lidera as sondagens para as legislativas antecipadas de 23 de fevereiro -, apela ao encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo e a deportações em massa para o Afeganistão.
O ataque, num parque em Aschaffenburg (sul), causou comoção, uma vez que visou um grupo de crianças com idades compreendidas entre 1 e 3 anos, de um infantário.
Um menino de 2 anos foi morto, bem como um transeunte de 41 anos que interveio para o ajudar, enquanto outra menina, uma educadora e outro homem foram hospitalizados, mas estão fora de perigo.
A imprensa alemã noticiou hoje que o suspeito costumava aterrorizar os restantes habitantes do abrigo de refugiados onde vivia devido ao seu comportamento violento e que, pelo menos numa ocasião, tinha atacado outra refugiada com uma faca.
Apesar de ter sido internado três vezes num centro psiquiátrico, as autoridades mandavam-no de volta para o abrigo novamente.
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