De acordo com familiares das vítimas, os raptores exigiram um pagamento substancial pelo regresso dos alunos raptados quinta-feira passada na sua escola na aldeia de Kuriga, estado de Kaduna, no noroeste do país.
No final de uma reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Informação, Mohammed Idris, disse hoje à imprensa que o Presidente Bola Ahmed Tinubu pediu expressamente às forças de segurança que procuram os alunos para garantir que "nem um cêntimo é pago em resgate".
Em 2022, foi introduzida uma lei que proíbe o pagamento de dinheiro aos raptores, mas nos últimos anos centenas de crianças e estudantes foram raptados em massa, nomeadamente em Kaduna.
"Seria um crime para nós, pais das crianças, negociar o pagamento com os raptores, mesmo que tivéssemos dinheiro para pagar. De qualquer modo, não temos qualquer hipótese de obter a quantia que eles pedem", explicou Muhammad Kabir, um membro da família de crianças raptadas em Kuriga.
As vítimas de rapto são geralmente libertadas pouco tempo depois, na sequência de negociações com as autoridades locais, embora os representantes do Estado neguem sempre que tenham sido pagos resgates.
Geralmente, as famílias e aldeias inteiras juntam as suas poupanças para pagar os resgates, pois dizem que têm pouca confiança nas autoridades e sentem que não têm escolha.
As autoridades afirmam que as tropas estão a vasculhar as florestas para resgatar os estudantes, mas as famílias dizem que lhes foram dados poucos pormenores.
O ministro da Informação afirmou que vários países, incluindo os Estados Unidos, se ofereceram para ajudar, mas que o Governo estava "a analisar" essas propostas.
Os Estados Unidos não confirmaram esta informação, nem forneceram quaisquer pormenores.
Criminosos efetuam frequentemente raptos em massa no noroeste da Nigéria, visando escolas, aldeias e autoestradas.
Há duas semanas, mais de 100 mulheres e crianças foram raptadas de um campo de deslocados no Estado de Borno (nordeste) por supostos extremistas e, no sábado, pelo menos 15 alunos de uma escola islâmica no Estado de Sokoto (noroeste) foram raptados por homens armados, segundo fontes locais.
Na terça-feira, homens armados raptaram dezenas de pessoas numa aldeia a cerca de 150 quilómetros de Kuriga, segundo dois representantes locais e uma fonte da ONU.
A vaga de raptos em grande escala está a pôr em causa o Governo de Tinubu, que prometeu combater a insegurança.
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