Mustafa, antigo ministro da Economia, formado nos Estados Unidos e com vasta experiência internacional no Banco Mundial, tem a tarefa de formar um Governo tecnocrático, que será o 19.º executivo da Autoridade Palestiniana.
De acordo com um comunicado, Abbas, de 88 anos, pediu ao novo primeiro-ministro que elaborasse planos para reunificar a administração da Cisjordânia ocupada e de Gaza e para liderar reformas no governo, nas forças de segurança, na economia e na luta contra a corrupção.
A nomeação de Mustafa surge quase um mês depois do anterior primeiro-ministro, Mohamad Shtayé, ter apresentado a demissão e numa altura em que Israel prossegue uma ofensiva militar contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
Shtayé tinha descartado a possibilidade de a Autoridade Palestiniana voltar a controlar Gaza após o fim do conflito entre Israel e o Hamas, se não houver um processo de paz que conduza à criação de um Estado palestiniano, com Jerusalém como capital.
Gaza está nas mãos do Hamas desde 2007, na sequência dos combates intra-palestinianos após as eleições de 2006, vencidas pelo grupo islamita.
A vitória do Hamas não foi reconhecida pelos Estados Unidos e por Israel, uma medida apoiada pela Autoridade Palestiniana.
A presidência dos Estados Unidos saudou na quinta-feira a nomeação de Mohammad Mustafa, apelando ao próximo governo da Autoridade Palestiniana para implementar reformas "credíveis e profundas".
"Pedimos a formação de um gabinete de reforma o mais rapidamente possível", disse também Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, num comunicado.
"Uma Autoridade Palestiniana reformada é essencial para produzir resultados para o povo palestiniano e estabelecer as condições para a estabilidade tanto na Cisjordânia como em Gaza", acrescentou Watson.
O mandato de Abbas terminou em 2009, mas o Presidente da Autoridade Palestiniana recusou-se a realizar eleições, culpando as restrições impostas por Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Cameron, também saudou a nomeação e considerou que "a formação de um novo Governo palestiniano para a Cisjordânia e Gaza, acompanhado de um pacote de ajuda internacional, é um dos elementos vitais para uma paz duradoura".
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