Segundo adianta a EFE, Trump voltou a declarar não ter liquidez para pagar a fiança de 456 milhões de dólares a não ser que recorra à hipoteca ou à venda de "grandes ativos, a preço de saldo".
Depois dos seus advogados de defesa terem argumentado na segunda-feira, numa carta dirigida ao juiz Arthur Engoron, que era "impossível" para o seu cliente levantar essa quantia, Trump recorreu hoje à sua rede "Truth Social" para voltar a acusar o juiz e a sua "decisão ridícula", referindo-se à fiança imposta em 16 de fevereiro e que dá ao magnata até 25 de março para concretizar o pagamento.
"Nunca ninguém ouviu uma coisa destas. Seria obrigado a contrair uma hipoteca ou a vender grandes ativos, mesmo a preço de saldo, e se depois ganhasse o recurso, eles desapareceriam", queixou-se Trump, considerando que está em curso uma "caça às bruxas" e uma "injúria eleitoral"
Os advogados de Trump e dos seus co-réus neste processo de fraude alegaram na segunda-feira a impossibilidade de angariar esse dinheiro, escreveram no requerimento ao juiz: "Os esforços contínuos e diligentes dos réus demonstraram que uma caução naquele valor total da é uma impossibilidade prática".
A equipa de advogados revelou ainda que tinha contactado cerca de 30 companhias de seguros através de quatro corretores diferentes e que tinha passado "inúmeras horas a negociar", mas que não tinha conseguido obter uma seguradora que servisse de garantia para a caução.
O juiz Arthur Engoron concluiu em fevereiro que Trump, a sua empresa e os principais executivos - incluindo os seus filhos Eric e Donald Trump Jr. -- elaboraram um plano para enganar bancos e seguradoras, inflacionando a sua riqueza com base em falsas provas financeiras, para garantir empréstimos e fazer negócios.
Entre outras penalidades, o juiz impôs limitações à capacidade da empresa de Trump, a Trump Organization, de fazer negócios.
Trump recorreu da sentença e está a pedir a suspensão da pena, tendo proposto o pagamento de apenas 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) como caução.
No início deste mês, Trump pagou uma caução de cerca de 92 milhões de dólares para recorrer da indemnização de 83,3 milhões de dólares (cerca de 84,6 milhões de euros) que um júri o condenou a pagar à escritora E.Jean Carroll por um processo de difamação relacionado com alegações de agressão sexual.
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