Jornalistas da agência de notícia Associated Press (AP) relataram ter visto pelo menos cinco corpos nos subúrbios e arredores, e os gangues armados bloquearam as entradas de algumas áreas.
As pessoas nas comunidades sob ataque ligaram para as estações de rádio a pedir ajuda da força policial nacional do Haiti, que continua com falta de pessoal e superada pelos gangues.
Entre as comunidades visadas nesses ataques estavam Pétion-Ville, Meyotte, Diègue e Métivier.
Na tarde de quarta-feira, um polícia foi morto em plena luz do dia num bairro de Porto Príncipe conhecido como Delmas 72, segundo o sindicato da polícia, SYNAPOHA.
Com a enorme onda de violência que acontece no país, o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira que havia concluído a primeira evacuação de cidadãos norte-americanos de Port-au-Prince.
Dezenas de pessoas já foram retiradas e as entidades governamentais dos EUA estão a programar outros voos para retirar os seus cidadãos do país nos próximos dias. Mais de 30 cidadãos dos EUA poderão deixar Porto Príncipe diariamente a bordo de voos de helicóptero organizados pelo governo norte-americano, segundo o Departamento de Estado.
Os ataques de quarta-feira em partes de Porto Príncipe ocorreram dois dias após os gangues terem atacado os bairros nobres de Laboule e Thomassin, em Pétion-Ville, com mais de 10 pessoas mortas.
A violência forçou o encerramento de bancos, escolas e empresas em Pétion-Ville, que até agora tinham sido em grande parte poupadas dos ataques lançados pelos gangues desde 29 de fevereiro.
Homens armados incendiaram esquadras de polícia, forçaram o encerramento do principal aeroporto internacional do Haiti e invadiram as duas maiores prisões do país, libertando mais de 4.000 reclusos.
Dezenas de pessoas foram mortas e cerca de 17 mil ficaram desalojadas devido à violência.
Os haitianos aguardam a possibilidade de uma nova liderança enquanto as autoridades se apressam a ajudar a formar um conselho presidencial de transição que será responsável pela nomeação de um primeiro-ministro interino e de um conselho de ministros.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que foi impedido de entrar no Haiti quando os aeroportos encerraram, disse que renunciará ao cargo assim que o conselho for formado.
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