A estimativa consta num relatório que avalia os custos indicativos para consolidar o Plano Nacional de Ação para a Nutrição e Segurança Alimentar.
Em comunicado, divulgado à imprensa, o Banco Mundial refere que o documento estima que o "custo total do plano estimado a oito anos seja de 55 milhões de dólares [cerca de 50,7 milhões de euros] distribuídos pelos setores da saúde, educação, indústria, obras públicas [água] e agricultura".
"Este custo traduz-se num aumento anual de sete milhões de dólares [cerca de 6,46 milhões de euros] em investimento em nutrição a partir do nível atual que é de cerca de 49 milhões de dólares [cerca de 45,2 milhões de euros]", refere o Banco Mundial.
Segundo o Banco Mundial, o país tem uma das taxas de atraso no crescimento mais elevadas do mundo, ou seja, afeta quase metade (cerca de 47%) das crianças com menos de cinco anos, e aquele aumento no investimento "representaria apenas 0,3% do PIB do país".
Mas, refere o Banco Mundial, Timor-Leste teria "retornos significativos em termos de saúde e produtividade".
"Aumentar o investimento na nutrição materna e infantil desde a conceção até ao segundo aniversário da criança é vital para prevenir o atraso no crescimento infantil e promover o desenvolvimento do cérebro e reduzir as doenças infantis, o que levaria a uma população mais saudável", salienta a organização de "Bretton Woods".
Além disso, sublinha o Banco Mundial, como o "atraso no crescimento está associado à redução da aprendizagem e à perda de produtividade na idade adulta, os investimentos na nutrição podem melhorar o capital humano de Timor-Leste, com dividendos de desenvolvimento económico a longo prazo".
O relatório sublinha a "urgência de adotar uma abordagem acelerada para a redução do atraso no crescimento, recomendando a priorização de intervenções setoriais de elevado retorno".
Citado no comunicado, o representante do Banco Mundial em Timor-Leste, Bernard Harborne, afirmou que programas de assistência monetária são importantes no combate ao atraso no crescimento e que será "importante o Governo rever a forma com os programas podem ser usados para apoiar mulheres grávidas e crianças durante os primeiros mil dias de vida".
Em novembro passado, o Banco Mundial já tinha alertado que Timor-Leste enfrenta uma crise de capital humano e que é necessária uma ação urgente para que as crianças atualmente nascidas no país possam realizar o seu "potencial produtivo na vida adulta".
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