"Os militares chineses estão dispostos a reforçar a confiança mútua estratégica, a realizar mais exercícios conjuntos, a melhorar os intercâmbios de pessoal e a promover ainda mais a cooperação prática entre os dois exércitos", afirmou Dong Jun, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa chinês.
De acordo com o ministério, Prabowo indicou na reunião que vai continuar a política "amigável" em relação à China promovida pelo presidente cessante Joko Widodo, acrescentando que vai fazer esforços para "desenvolver relações ainda mais estreitas" entre os dois países.
"A Indonésia está disposta a reforçar ainda mais a cooperação em matéria de Defesa com a China", afirmou Prabowo Subianto, que se encontra em Pequim na sua primeira viagem ao estrangeiro desde que venceu as eleições em fevereiro. Esta deslocação ocorre numa altura em que Pequim tenta manter uma boa relação com Jacarta, num período de disputas com os Estados Unidos.
Prabowo Subianto também manteve hoje contactos com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que transmitiu ao líder indonésio que a China procura trabalhar com a Indonésia para alinhar as estratégias de desenvolvimento dos dois países e "aprofundar a cooperação bilateral na agricultura, economia digital e indústrias emergentes".
Na segunda-feira, o Presidente eleito da Indonésia reuniu-se com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping, que apelou ao "aprofundamento da cooperação bilateral" e à "manutenção da independência estratégica" para "salvaguardar os interesses dos países em desenvolvimento em conjunto".
"Devemos apoiar-nos mutuamente na salvaguarda da nossa soberania, segurança e interesses, bem como em questões relacionadas com as preocupações de cada um", afirmou Xi, que recebeu Prabowo numa ocasião excecional, meses antes da tomada de posse do líder indonésio, em outubro.
O político indonésio afirmou, por sua vez, que "a China é um parceiro importante" para a Indonésia e que apoia "totalmente" o desenvolvimento de relações mais estreitas entre Jacarta e Pequim.
Prabowo substituirá Joko Widodo, que durante os seus dois mandatos presidenciais procurou manter a equidistância nas suas relações com a China e os Estados Unidos, afirmando que manter boas relações com ambas as potências era uma política de "interesse nacional".
Nos últimos dias, a imprensa oficial chinesa sublinhou que Pequim espera que Prabowo mantenha a política de Widodo de "não se alinhar com nenhuma potência" e que a Indonésia desempenhe "um papel mais importante na promoção das relações da China com a ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático] e no tratamento das questões regionais, especialmente tendo em conta os problemas crescentes no Mar do Sul da China".
Pequim disputa o território destas águas, que são fundamentais para o comércio mundial e ricas em recursos naturais, com países como Malásia, Filipinas e Vietname, e as tensões aumentaram recentemente, em especial com Manila.
Depois da sua visita a Pequim, Prabowo irá viajar para Tóquio.
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