"Hoje, o líder supremo presidiu à oração do Eid al-Fitr na mesquita de Eidgah, em Kandahar, perante milhares de compatriotas", anunciou o porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid, nas redes sociais.
Mullah Hibatullah Akhundzada fez muito poucas aparições públicas desde que se tornou "líder supremo" em 2016.
Uma testemunha disse à Agência France Presse (AFP) que os milhares de fiéis presentes não puderam ver Akhundzada devido ao grande número de agentes de segurança.
Os fiéis foram impedidos de entrar no edifício principal da mesquita, mas puderam rezar no local.
Um discurso apresentado como sendo do emir foi transmitido pelo sistema de som instalado na mesquita.
Apenas uma fotografia do líder supremo é pública, mostrando-o com um turbante e uma longa barba grisalha.
O líder dirige o país por decreto a partir de Kandahar, enquanto o governo talibã está sediado em Cabul.
Neste dia, que marca o fim do mês de jejum do Ramadão para os muçulmanos, a segurança foi reforçada em todas as cidades afegãs, três semanas após um violento ataque em Kandahar, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Em Cabul a segurança foi reforçada - comparando com as duas celebrações do Eid al-Fitr desde o regresso dos talibãs ao poder em agosto de 2021-, referem os jornalistas da AFP.
Os serviços secretos e a polícia proibiram os repórteres de fotografar ou filmar em mesquitas da capital, onde os fiéis se tinham deslocado em grande número.
Na ausência de espaço suficiente nas mesquitas, alguns homens rezaram nos passeios ou nas estradas.
Na cidade foram instalados novos postos de controlo com homens armados e as estradas foram fechadas ao trânsito.
As comunicações por telemóvel foram interrompidas por razões de segurança, antes de serem restabelecidas a meio da manhã, algumas horas após a oração do Eid.
O "líder supremo" dirige raras mensagens à população, nomeadamente durante as celebrações religiosas.
Na mais recente mensagem, no sábado passado, exortou os afegãos a respeitarem a lei islâmica imposta pelo governo.
Apelou também a "todas as nações" para que restabelecessem os laços com o Afeganistão, que até à data não foi reconhecido por nenhum país.
O líder que mantém a coesão do regime tinha igualmente apelado aos "líderes" talibãs para que "dessem provas de unidade" e "evitassem desacordos".
Em janeiro foi revelada uma gravação áudio atribuída ao emir, na qual prometia restabelecer os castigos praticados durante o primeiro governo talibã (1996-2001).
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