Na carta, divulgada hoje pelo semanário Der Spiegel, os ministros alemães dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Annalena Baerbock e Boris Pistorius, respetivamente, pedem aos seus parceiros em todo o mundo que "revejam novamente com muito cuidado as reservas de sistemas de defesa aérea", para estimarem o que pode ser transferido para a Ucrânia.
Segundo este meio, Baerbock regressou com frustração de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE realizada no início de abril, na qual o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, instou os Vinte e Sete a enviarem urgentemente sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, de preferência Patriot ou Iris-T. Mas após o pedido, nenhum país da NATO anunciou medidas concretas.
Perante a inação, a ministra procurou liderar pelo bom exemplo e conversou com Pistorius. No sábado, o Ministério da Defesa alemão anunciou a entrega de outro sistema Patriot das suas reservas para a Ucrânia.
Posteriormente, enviaram a carta aos seus homólogos, instando-os a contribuir imediatamente para a melhoria da defesa antiaérea da Ucrânia, cujas infraestruturas sofreram mais danos do que em todo o inverno de 2022, quando a Rússia bombardeou intensamente os sistemas energéticos do país.
A iniciativa terá o apoio da França e surge quando o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu ao secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que convocasse com urgência uma reunião do Conselho NATO-Ucrânia ao nível dos ministros da Defesa, depois de ver como Israel conseguiu repelir o ataque iraniano com a ajuda de parceiros como os EUA, o Reino Unido e a Jordânia.
O encontro terá lugar na sexta-feira, algo que Zelensky agradeceu hoje numa mensagem na rede social X, onde aproveitou para exigir "medidas imediatas para reforçar a defesa antiaérea" da Ucrânia, que voltou a sofrer esta madrugada outro ataque com mísseis russos contra Chernígiv, no norte, no qual morreram 17 pessoas.
Antes de viajar para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, que decorrerá em Capri (Itália) e na qual Kuleba também participará, Baerbock realçou, em comunicado, que a Alemanha e os seus parceiros em todo o mundo devem estar "determinados a intensificar a defesa contra o terror russo pelo ar".
"Reforçar as defesas aéreas é uma questão de sobrevivência para milhares de pessoas na Ucrânia e a melhor proteção para a nossa própria segurança. E isso requer o nosso total compromisso", sublinhou.
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