Depois de mais de uma semana de manifestações nos Estados Unidos, a Casa Branca também já tinha apelado no domingo ao movimento de estudantes para que realizassem os protestos de forma pacífica, após centenas de pessoas, entre alunos e ativistas, terem sido levados para interrogatório policial e em alguns casos ficado detidos.
"Pedimos aos que estão no campo que se dispersem voluntariamente. Estamos a estudar alternativas internamente para acabar com esta crise o mais rapidamente possível", escreveu a presidente da Universidade de Columbia, Minouche Shafik, num longo comunicado de imprensa.
A dirigente universitária lamentou que as negociações com um grupo de estudantes desde quarta-feira não tenham resultado num acordo para desmantelar uma "aldeia" de tendas de cerca de 200 pessoas num relvado do arborizado 'campus', a norte de Manhattan.
A presidência da instituição universitária indicou no fim de semana que abdicou de recorrer à polícia de Nova Iorque para evacuar o campo e prender estudantes ou ativistas, como aconteceu noutras universidades do país.
Esta nova onda de protestos nas universidades norte-americanas contra a guerra travada na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas acontece a seis meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, entre alegações de antissemitismo e antissionismo e o direito constitucional à liberdade de expressão.
"Muitos dos nossos estudantes judeus, e outros, sentiram uma atmosfera intolerável nas últimas semanas. Muitos deixaram o 'campus' e isso é uma tragédia", disse Minouche Shafik.
Os presidentes da Universidade de Harvard e da UPenn renunciaram no último inverno, após declarações consideradas ambíguas perante o Congresso em Washington sobre a luta contra o antissemitismo.
Os Estados Unidos, e acima de tudo a metrópole de Nova Iorque, têm o maior número de judeus americanos no mundo depois de Israel, e milhões de árabes-muçulmanos americanos.
As manifestações estão também a acontecer em França, onde hoje a polícia interveio na Universidade Sorbonne, em Paris, para expulsar ativistas mobilizados pela causa palestiniana que montaram tendas dentro do recinto universitário.
Segundo a agência France Presse (AFP), cerca de 50 manifestantes foram levados para fora do edifício e depois removidos em grupos, supervisionados pela polícia, poucos dias depois de uma mobilização marcada por tensões noutra universidade de renome da capital francesa, a Sciences Po Paris.
Os protestos têm como pano de fundo a invasão do Exército israelita na Faixa de Gaza, onde nos últimos seis meses mais de 34 mil pessoas morreram, na maioria civis, mergulhando o território numa grave crise humanitária.
A ofensiva israelita é uma retaliação pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas, que em 07 de outubro matou mais de 1.100 pessoas e fez cerca de 250 reféns.
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