"A resolução sobre a Palestina (...) exigiu um cessar imediato da agressão israelita na Faixa de Gaza, assim como o acesso facilitado à entrega adequada e sustentável de ajuda", afirmou o secretário-geral da OCI, Hissein Brahim Taha, numa conferência de imprensa após o encerramento da 25.ª cimeira da organização, que decorreu este fim de semana na Gâmbia.
A OCI, que reúne 57 países, adotou esta resolução no dia em que uma delegação do grupo islamita palestiniano Hamas abandonou a capital egípcia, Cairo, após uma nova ronda de negociações - mediadas por Egito, Qatar e Estados Unidos - para alcançar uma trégua.
A resolução pede ainda que "continuem as ações islâmicas para apoiar o direito da Palestina a obter adesão plena às Nações Unidas, o que levaria à materialização do Estado da Palestina", segundo o secretário-geral da OCI.
Numa declaração final, a organização confirmou a sua posição "contra o crime de genocídio que está a ser cometido pelas forças de ocupação de Israel contra o povo palestiniano" e reclamou a "entrega imediata, segura e sem obstáculos da assistência humanitária à Faixa de Gaza".
O chefe de Estado da Gâmbia e presidente rotativo da OCI, Adama Barrow, frisou que a organização deve guiar-se pelo princípio de que "nenhuma nação pode estar cómoda ou viver em paz enquanto os seus vizinhos ou outros Estados-membros da OCI não estiverem em paz".
A OCI tem realizado reuniões extraordinárias para abordar o conflito na Faixa de Gaza, que se adensou depois da resposta das tropas israelitas ao ataque do grupo islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro passado.
Em novembro, numa cimeira de emergência na Arábia Saudita, a OCI exigiu o fim da guerra e a entrada de ajuda humanitária no enclave, bem como punições para Israel.
A guerra entre Israel e o Hamas iniciou-se há cerca de sete meses após os comandos do movimento islamita palestiniano terem levado a cabo um ataque no sul de Israel que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, segundo um relatório da agência noticiosa AFP baseado em dados oficiais israelitas.
De acordo com Israel, mais de 250 pessoas foram raptadas e 128 permanecem em cativeiro em Gaza, sendo que 35 terão morrido.
Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma vasta ofensiva na Faixa de Gaza, que já causou mais de 34.600 mortos, na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento palestiniano.
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