O 'Sagamore', com bandeira norte-americana e que começou a ser carregado durante o dia de quarta-feira, já está a caminho de Gaza depois de ter deixado o porto cipriota de Larnaca há cerca de três horas, segundo a página de internet Vessel Finder, que monitoriza o tráfico e localização de navios.
As autoridades cipriotas não comentaram ainda a saída do navio, embora já tivessem afirmado que este deixaria o porto assim que estivesse concluída a construção do cais de Gaza, o que aconteceu na terça-feira, como confirmou Washington.
O Chipre abriu um corredor marítimo para Gaza em março para tentar aumentar os envios de ajuda face às restrições impostas por Israel às travessias terrestres.
O corredor foi utilizado duas vezes pela organização World Central Kitchen (WCK), que, entretanto, suspendeu as operações na sequência da morte de sete dos seus trabalhadores num bombardeamento israelita em 01 de abril.
A plataforma flutuante permitirá a entrada de mais alimentos e outros produtos essenciais, embora até os Estados Unidos tenham reconhecido que tem limites e que a melhor opção é a entrada de camiões com ajuda humanitária por via rodoviária, muito limitada pelas autoridades israelitas.
O início das operações neste cais temporário acontece dois dias depois de o exército israelita ter assumido o controlo do lado palestiniano da passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
A tomada da passagem por Telavive suspendeu as operações humanitárias, o que aumentou a preocupação internacional sobre o aprofundamento da crise humanitária na Faixa de Gaza.
A ofensiva israelita, lançada após os ataques perpetrados em 07 de outubro pelo Hamas, resultou até agora em quase 35.000 mortos, segundo as autoridades de Gaza, controladas pelo grupo islamita palestiniano.
A guerra também destruiu a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de palestinianos foram forçados a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com o colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
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