De acordo com o documento da execução orçamental de janeiro a março, estes fenómenos, sobretudo chuvas intensas e fortes ventos, "provocaram a morte de 62 pessoas maioritariamente devido ao desabamento de paredes e por afogamento".
"Foram registados 152 feridos e um total de 181.708 pessoas afetadas, o correspondente a 37.279 famílias", refere o documento.
O levantamento do Governo indica que foram igualmente afetadas 4.203 casas, das quais 921 totalmente destruídas, 556 salas de aulas, afetando 102.001 alunos, 137 unidades sanitárias, 21 igrejas e 147 postes de energia.
Estes "eventos extremos" afetaram igualmente o setor de estradas numa extensão de cerca de 728 quilómetros, incluindo a destruição de nove pontes, cinco pontões e 40 aquedutos, entre outros, enquanto no setor da agricultura foram afetados 118.268 hectares de culturas diversas, dos quais 56.240 hectares "ficaram perdidos", enquanto no setor das pescas foram afetadas 451 embarcações da pesca artesanal.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.
No final de setembro passado, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou para a preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno 'El Niño' no país nos meses seguintes, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.
Leia Também: Presidente da Renamo considera número de candidatos sinal de democracia