Bielorrússia realiza novas ações contra 200 ativistas da oposição
As autoridades da Bielorrússia realizaram hoje operações e apreensões de bens contra mais de 200 ativistas da oposição, na mais recente medida de repressão governamental que coincidiu com o "dia de solidariedade da oposição com os presos políticos bielorrussos".
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Mundo Bielorrússia
O Presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko iniciou, em agosto de 2020, a repressão em resposta aos protestos em massa após a sua reeleição contestada, denunciada como fraudada pela oposição e pelo Ocidente.
Mais de 35.000 pessoas foram detidas, milhares de pessoas foram brutalmente espancadas sob detenção, dezenas de organizações noticiosas independentes e grupos de defesa dos direitos humanos encerraram e jornalistas foram detidos.
Cerca de 500 mil pessoas, incluindo figuras-chave da oposição, fugiram desde então do país de 9,5 milhões de habitantes, e as autoridades iniciaram este ano uma campanha contra os bielorrussos no estrangeiro que apelam a sanções mais duras contra o governo de Lukashenko.
A televisão estatal transmitiu hoje imagens de agentes de segurança armados a arrombarem portas de apartamentos de ativistas da oposição, revistando-os e selando-os.
Um destes apartamentos pertencia a Yana Latushka, filha de Pavel Latushka, ex-ministro da Cultura da Bielorrússia que se tornou figura da oposição.
O Comité de Investigação da Bielorrússia disse ter aberto um processo criminal contra 257 ativistas que procuram um lugar no exilado Conselho de Coordenação, fundado por políticos da oposição como um parlamento alternativo em 2020.
Foi anunciada uma eleição 'online' para 80 lugares no conselho, programada para ser realizada de 25 a 27 de maio.
Os ativistas, a maioria dos quais abandonaram o país, estão a ser acusados de "conspiração para derrubar o governo", de "pedir sanções" e de "formar um grupo extremista". Os detidos por estas acusações podem ser condenados até 12 anos de prisão.
O porta-voz do comité, Sergei Kabakovich, frisou que estavam a decorrer "prisões, buscas e apreensões de bens" em toda a Bielorrússia, acrescentando que faziam parte de uma investigação em grande escala contra o Conselho de Coordenação.
Pavel Latushka frisou à agência Associated Press (AP) que as autoridades estavam a intensificar a repressão contra os bielorrussos no país e no estrangeiro, por receio de que protestos em massa pudessem explodir novamente.
A oposição marcou terça-feira, 21 de maio, como o dia para mostrar solidariedade aos presos políticos na Bielorrússia.
De acordo com a Viasna, o mais antigo grupo de direitos humanos, refere-se a 1.400 presos políticos na Bielorrússia, incluindo o fundador do grupo, Ales Bialiatski, prémio Nobel da Paz em 2022, existem atualmente 1.392 presos políticos na Bielorrússia e ocorrem novas detenções todos os dias.
Esta organização não-governamental (ONG) adiantou que pelo menos cinco presos políticos morreram atrás das grades.
Na semana passada, as autoridades invadiram e apreenderam bens de 104 bielorrussos, que vivem no estrangeiro e criticam veementemente o governo.
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