"A Coreia do Norte disparou um projétil não-identificado para sul", sobre o mar Amarelo, indicou o Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, depois de Seul, Pequim e Tóquio terem concluído a sua primeira cimeira trilateral desde 2019.
Segundo Seul, "muitos fragmentos de projétil" foram encontrados no mar, após o disparo de Pyongyang.
Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detetado pela primeira vez às 22:44 locais (14:44 de Lisboa) o rasto do projétil lançado da zona de Tongchang-ri - no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae - em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).
"O projétil foi detetado como um grande aglomerado de fragmentos à superfície das águas norte-coreanas por volta das 22:46 (14:46 de Lisboa), e as autoridades da República da Coreia (nome oficial do Sul) e dos Estados Unidos estão a proceder a uma análise detalhada para determinar se o voo foi normal", acrescenta o texto.
Dado que a primeira deteção do rasto do projétil tem apenas dois minutos de diferença em relação à segunda, sob a forma de fragmentos, acredita-se que este explodiu pouco depois da descolagem e que a Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na primavera e no verão de 2023.
Em novembro, Pyongyang conseguiu finalmente lançar com êxito o foguetão e colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, o Malligyong-1.
O porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse numa conferência de imprensa que o projétil "desapareceu [do radar)] em pleno voo sobre o mar Amarelo".
"Por isso, acreditamos que não atingiu a órbita terrestre", acrescentou.
O sistema de alerta japonês para a população foi inicialmente ativado em Okinawa (sudoeste do país) após ter detetado e calculado a trajetória do projétil, mas foi desativado minutos depois, uma vez que este "nunca sobrevoou a área designada", disse uma fonte governamental japonesa à agência noticiosa Kyodo.
Por sua vez, a televisão japonesa NHK difundiu imagens aparentemente captadas a partir da fronteira chinesa com a Coreia do Norte (a base de Sohae fica cerca de 50 quilómetros a sul da cidade chinesa de Dandong) que mostram, no céu noturno, uma combustão com um padrão irregular primeiro e depois o que parece ser uma deflagração.
Pyongyang notificou hoje a guarda costeira japonesa de uma janela de lançamento entre hoje, segunda-feira, e o próximo dia 03 de junho para colocar em órbita um novo satélite espião.
A Coreia do Norte afirmou no início deste ano que iria lançar mais três satélites espiões "Malligyong" até 2024.
Para o êxito do lançamento de novembro, acredita-se que tenha sido fundamental a ajuda da Rússia, que foi muito reforçada depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem realizado uma cimeira, em setembro de 2023.
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