Depois de mais de quatro horas de deliberação, o júri enviou ao juiz Juan Merchan dois pedidos, o primeiro para analisar quatro depoimentos relacionados com David Pecker, ex-editor que ajudou a 'esconder' histórias negativas sobre o magnata republicano, e com Michael Cohen, ex-advogado e braço direito de Trump.
No segundo pedido, o grupo de doze pessoas, sete homens e cinco mulheres, pediu que o juiz voltasse a ler as instruções atribuídas no início do dia, processo que será feito na quinta-feira e terá a duração de meia hora.
Normalmente o júri termina o seu trabalho às 16:30 (21:30 de Lisboa), mas o juiz determinou hoje que podem prolongar na quinta-feira o dia de deliberações mais uma hora e meia, caso seja necessário para chegar a um acordo unânime.
Se pelo menos um dos jurados não concordar, o juiz Merchan pedirá aos doze membros que continuem a deliberar até chegar a uma decisão conjunta e, no pior dos casos, por falta de consenso, poderá declarar todo ou parte do julgamento nulo e sem efeito.
O início das deliberações deste histórico julgamento segue-se à sessão de alegações finais de terça-feira, que se estendeu até à noite, quando o procurador Joshua Steinglass acusou Trump de enganar intencionalmente os eleitores ao alegadamente participar num esquema de pagar para 'enterrar' histórias que poderiam destruir a sua candidatura presidencial de 2016.
A defesa abordou esta fase da mesma forma que o interrogatório: visando a credibilidade da principal testemunha, Michael Cohen, ex-advogado do magnata republicado e considerado o 'solucionador' de problemas pessoais de Trump.
Trump, que voltou hoje a repetir que o julgamento faz parte de uma caça às bruxas, enfrenta 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais, acusações que são puníveis com até quatro anos de prisão. Trump negou todas as irregularidades e declarou-se inocente.
No centro das acusações está o pagamento de 130.000 dólares à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, para evitar que se tornassem públicas alegações de um encontro sexual extra conjugal em 2006.
Os procuradores apontam que os pagamentos foram falsamente registados como "despesas legais" para ocultar a verdadeira natureza das transações.
O caso é a primeira das quatro acusações de Trump a chegar a julgamento e é o primeiro caso criminal contra um ex-presidente dos EUA.
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