Gantz, líder do partido Unidade Nacional - que se juntou ao Governo de emergência do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, após os ataques do Hamas de 07 de outubro - assegurou estar comprometido com o retorno dos reféns israelitas em Gaza, na posse do movimento islamita palestiniano Hamas.
"Estamos comprometidos em continuar a promover um acordo para recuperar os reféns, tal como foi formulado pela equipa negociadora e aprovado de maneira unânime pelo Gabinete de Guerra, como parte do objetivo global de alcançar todos as metas da guerra", disse Gantz em comunicado.
Mais tarde, a extrema-direita ameaçou abandonar o governo de Netanyahu se este prosseguir com o acordo sobre um cessar-fogo em Gaza, incluindo a libertação dos reféns.
Em mensagem na rede social X, Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, disse que o seu partido iria "dissolver o governo" enquanto Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, afirmou que "não participará num governo que aceite o plano proposto" na sexta-feira.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, revelou uma proposta israelita ao grupo palestiniano Hamas, que apresentou como um roteiro que pode terminar a guerra na Faixa de Gaza e libertar os reféns que permanecem no enclave.
Biden explicou que a primeira fase do acordo duraria seis semanas e incluiria um "cessar-fogo total e completo", a retirada das forças israelitas das áreas povoadas da Faixa de Gaza e a libertação de reféns em posse do Hamas, incluindo os norte-americanos, mulheres, idosos e os feridos, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.
A assistência humanitária seria aumentada, com 600 camiões autorizados a entrar no enclave palestiniano todos os dias.
A segunda fase incluiria a libertação de todos os reféns vivos restantes e as forças israelitas abandonariam as suas posições em todo o território da Faixa de Gaza.
Por fim, a terceira fase exige o início de uma grande reconstrução da Faixa de Gaza, que enfrenta décadas de trabalhos devido à devastação causada pela guerra.
Intensos ataques aéreos e fogo de artilharia atingiram hoje a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, um dia depois o anúncio.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu hoje que as condições para um cessar-fogo permanente não mudaram e incluem a destruição do movimento islamita Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007.
Também hoje, a plataforma que representa os familiares dos reféns israelitas na Faixa de Gaza exigiu às autoridades que aprovem o plano de trégua anunciado pelo Presidente norte-americano.
O grupo, que semanalmente se manifesta nas noites de sábado para exigir um acordo que permita libertar os sequestrados, indicou em comunicado que "manterá contato nas próximas horas com todos os membros do Gabinete [de Guerra], do Governo e do Knesset (Parlamento), e exigirá a aprovação imediata do plano".
Também o líder da oposição israelita, Yair Lapid, pediu hoje a Netanyahu que concretize a nova proposta de trégua com o Hamas e expressou o seu apoio caso os radicais de direita abandonem o executivo.
"Há um acordo sobre a mesa e deve ser fechado", disse Lapid na sua conta na rede social X.
Na mesma mensagem, o líder da oposição e antigo primeiro-ministro garante a Netanyahu que o seu partido, Yesh Atid, dará o seu apoio se os dois principais elementos do setor ultranacionalista do Governo, Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, renunciarem.
"Lembro ao primeiro-ministro que encontrará em nós uma rede de segurança se isso acontecer", acrescentou Lapid.
O Hamas disse, por seu lado, encarar positivamente a proposta e estar disposto a lidar "de forma construtiva" com qualquer plano que inclua como requisitos "um cessar-fogo definitivo, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, a reconstrução de Gaza e a troca de prisioneiros".
O exército israelita lançou uma ofensiva em Rafah em 07 de maio para destruir os últimos batalhões do Hamas.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo islamita em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo Israel.
A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36.300 mortos, segundo as autoridades de saúde do governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.
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