O filho do presidente norte-americano Joe Biden, Hunter Biden, foi considerado culpado nas três acusações que pendiam sobre si no caso de posse ilegal de armas, na audiência desta terça-feira.
O filho do chefe de Estado foi considerado culpado por ter mentido na compra da arma de fogo que motivou o processo judicial, uma vez que indicou num formulário federal que não era viciado em drogas, em 2018. Uma terceira acusação referia-se à aquisição ilegal de uma arma de fogo enquanto era viciado em estupefacientes.
Durante a leitura do veredito, que foi conhecido ao fim de três horas, no tribunal federal de Wilmington, em Delaware, Hunter Biden permaneceu sentado e inexpressivo. Depois do terceiro "culpado", o filho de Biden virou-se e abraçou um membro da sua equipa jurídica, tendo ficado sentado até que os elementos do júri se levantassem para sair, relatou a ABC News.
A juíza Maryellen Noreika adiantou que entrará em contacto com ambas as partes nos próximos 120 dias, para agendar a data da sentença.
Entretanto, Hunter Biden deixou o tribunal de mãos dadas com a madrasta, a primeira-dama Jill Biden, e a esposa, Melissa Cohen Biden.
Duas das acusações acarretam penas máximas de prisão de 10 anos, enquanto a terceira poderá chegar a uma pena máxima de cinco anos de prisão. Além disso, cada acusação contempla o pagamento de uma multa de até 250 mil dólares (cerca de 233.015 euros). Nessa linha, Hunter Biden enfrenta até 25 anos de prisão.
Hunter Biden declarou-se inocente das três acusações de crime decorrentes da compra, em outubro de 2018, de uma arma que tinha há cerca de 11 dias. Na verdade, o filho do presidente dos EUA acusou o Departamento de Justiça norte-americano de ceder à pressão política do ex-presidente Donald Trump e de outros republicanos para apresentar o caso.
Na semana passada, os advogados de Hunter Biden chamaram a depor três testemunhas, incluindo a sua filha Naomi, para tentar demonstrar que ele não se considerava um toxicodependente quando preencheu o formulário.
O caso pôs em evidência um período turbulento na vida de Hunter Biden após a morte do seu irmão, Beau, em 2015.
Uma testemunha-chave para os procuradores foi a viúva de Beau, Hallie, que teve uma relação breve e conturbada com Hunter depois da morte do marido.
Hallie disse ter encontrado a arma descarregada na carrinha de Hunter e ter entrado em pânico, atirando a arma para o lixo de uma mercearia, onde um homem inadvertidamente a recuperou.
A defesa sugeriu que Hunter Biden estava a tentar mudar a sua vida na altura da compra da arma, tendo concluído um programa de desintoxicação e reabilitação no final de agosto de 2018.
Joe Biden afirmou, na semana passada, que aceitaria o veredicto do júri e excluiu a possibilidade de um perdão presidencial ao seu filho.
No verão passado, assumia-se que Hunter iria evitar a acusação no caso da arma, mas o acordo com os procuradores ficou sem efeito depois de o juiz, nomeado por Trump, ter levantado preocupações sobre o assunto.
Hunter Biden foi posteriormente indiciado por três crimes de posse de arma e enfrentará, em setembro, um julgamento por alegadamente não ter pagado impostos pelo menos durante quatro anos, no valor de pelo menos 1,4 milhões de euros.
[Notícia atualizada às 16h52]
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