Dezenas de feridos em manifestação antigovernamental na Arménia

Dezenas de pessoas ficaram hoje feridas na Arménia numa manifestação em frente ao parlamento nacional para exigir a demissão do primeiro-ministro, Nikol Pachinian, após a polícia ter utilizado granadas de atordoamento, segundo relatou a agência noticiosa AFP.

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© Vahram Baghdasaryan/Photolure via REUTERS

Lusa
12/06/2024 19:06 ‧ 12/06/2024 por Lusa

Mundo

Arménia

Os feridos foram levados para hospitais em ambulâncias, alguns com ferimentos nas pernas ou no abdómen, de acordo com a agência noticiosa francesa.

O protesto em frente ao parlamento visava contestar a transferência de aldeias fronteiriças para o Azerbaijão.

O Ministério da Administração Interna do país do Cáucaso informou que 60 dos vários milhares de manifestantes tinham sido detidos por "desobedecerem a pedidos legítimos da polícia".

O protesto contra Pachinian é liderado pelo carismático arcebispo Bagrat Galstanian, que hoje se dirigiu à multidão, denunciando as cedências de território ao Azerbaijão, o que considera "ilegais".

O arcebispo denunciou as "concessões unilaterais e humilhantes" da Arménia.

Aos deputados, Nikol Pachinian assegurou que o país estava pronto a assinar um acordo de paz com Baku "dentro de um mês".

O chefe do Governo defendeu a recente cedência de quatro aldeias fronteiriças ao Azerbaijão como uma concessão necessária para evitar um novo conflito.

Os dois países travaram duas guerras, uma na década de 1990, ganha pela Arménia, e a segunda em 2020, ganha pelo Azerbaijão. Baku também obteve uma vitória relâmpago em 2023 sobre os separatistas arménios em Nagorno-Karabakh, recuperando o controlo deste enclave.

Esta derrota fragilizou as relações entre a Arménia e o seu aliado tradicional, a Rússia, que Erevan acusou de inação.

Pachinian declarou hoje que o seu país iria abandonar a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), uma aliança militar de países da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), liderada por Moscovo, sem, porém, avançar uma data concreta.

Leia Também: Inundações na Arménia fazem 2 mortos e obrigam ao resgate de 200 pessoas

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