Sánchez diz que soberania é inegociável e pede "mensagem clara" para a Rússia

O primeiro-ministro espanhol defendeu hoje que a Cimeira para a Paz na Ucrânia deve enviar à Rússia "uma mensagem muito clara" de que há princípios inegociáveis, nomeadamente o respeito pela soberania de um país.

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© DENIS BALIBOUSE/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
15/06/2024 19:46 ‧ 15/06/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Qualquer solução que valide a agressão ou a anexação violenta não será sustentável, apenas conduzirá a um mundo mais instável e perigoso", disse Pedro Sánchez no seu discurso no plenário desta cimeira, que decorre entre hoje e domingo nos arredores de Lucerna, Suíça, e em que participam dirigentes de 90 países, meia centena dos quais chefes de Estado e de Governo.

Sánchez expressou a sua clara rejeição do plano do Presidente russo, Vladimir Putin, para acabar com a guerra, apresentado na véspera do início da cimeira e que defendia que a Ucrânia se retirasse de quatro regiões e abdicasse de aderir à NATO como contrapartida para iniciar negociações de paz.

Na sua opinião, os líderes reunidos na Suíça devem mostrar que estão unidos em torno de valores fundamentais como o respeito pela soberania, independência e integridade territorial de todos os países.

Apelou ainda para uma defesa igualmente clara de que o direito internacional e o direito humanitário são sempre aplicáveis e devem ser respeitados em todas as circunstâncias.

"Tratam-se de princípios universais que devem ser defendidos com firmeza, coerência e consistência em todo o lado, a todo o momento e independentemente dos atores envolvidos. Princípios são princípios e, por conseguinte, não são negociáveis", reforçou.

Para o presidente do Governo espanhol, esta deve ser a base de uma paz justa e duradoura na Ucrânia, cujo Presidente Volodymyr Zelensky, co-preside à cimeira com a Presidente da Suíça, Viola Amherd.

Sánchez recordou que já passaram mais de dois anos desde o início da agressão militar russa contra a Ucrânia, que considerou ser uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.

Elogiou "o heroísmo e a resistência" do povo ucraniano e do seu governo na defesa do país e garantiu que a Espanha continuará a apoiar a Ucrânia enquanto for necessário.

"Porque uma coisa é clara neste conflito: há um agressor, que é Putin, e há uma vítima, que é o povo ucraniano. Em todos os conflitos é necessário defender a vítima e travar o agressor", frisou.

Acrescentou que pode ser tentador culpar outros por esta guerra, como o Ocidente ou a NATO, e que a Rússia pode alegar que tem preocupações de segurança com a situação na Europa e que essa preocupação é legítima.

No entanto, sublinhou que em todos os casos devem ser aplicadas certas regras básicas para manter a coexistência pacífica entre as nações.

Regras que, segundo Sánchez, são bastante simples e das quais deu vários exemplos: "Um país não pode invadir o seu vizinho. Não pode anexar o território de outro país pela força. Os alimentos não são uma arma. As ameaças nucleares são inaceitáveis".

O primeiro-ministro espanhol espera por isso que esta cimeira contribua para criar um consenso com base no qual possa ser discutida uma solução futura com todos os intervenientes relevantes, incluindo a Rússia.

"É tempo de alcançarmos a paz justa e duradoura que a Ucrânia e o mundo merecem", concluiu.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Proposta de Putin para a paz? "Não me vou pronunciar sobre isso"

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